No casarão há uma mulher
No casarão amarelo há uma mulher
Com vestido de seda; tomando café.
A dama de preto sozinha na sala;
Entra a moça de óculos!
E nua a moça de óculos apaixonadamente;
Diz que pode gozar a qualquer momento
A moça de óculos com um beijo molhado
Deita e se desfaz!
Retira os óculos a moça de óculos,
Para não ver a imagem o seu horror
Do casarão amarelo no meio da noite!
É amarelo o casarão!
A sala se estende como sala
qualquer !
Com seus cantos e móveis!
Na sala uma placa e uma secretária
Onde mulheres amam umas as outras
Com língua comprida chupando sorvete
Deixando escorrer pelos lábios
Em cima dos dedos!
Boca de porcelana é um vaso!
Mulheres perdidas de amor
Suicidam-se diante do horror!
Como atrizes trágicas; batom florescente;
Fazem gestos obsenos
Nua; cena que o poema observa
Sem nenhuma contemplação
No casarão amarelo no meio da noite!