5057-CIÚME DESAFINADO 3ª PARTE. (1º conto da Série: A César o que é de César) - Autora: Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

5057-CIÚME DESAFINADO 3ª PARTE. (1º conto da Série: A César o que é de César)

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Autora: Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

{Nihil obstatt} [Nada impede] a quem tem um grande objetivo para alcançar! Venceremos mais este obstáculo! Você será o pianista da Noite de Gala do Teatro Municipal! Não desanime! O privilégio é seu! A hora é esta! Seu pai precisa descansar um pouco, pois apresenta uma certa dificuldade para enxergar as notas musicais. Não tem mais a habilidade anterior. Toca com dificuldade em ambientes com pouca iluminação! Agora, precisa ceder o lugar artístico para você que tem uma vida pela frente! Com seu avô foi a mesma coisa! Ele foi um pianista famoso!

Quando seu pai quis tocar piano ele também, tentou impedir a carreira artística de Agnaldo. Hoje, posso lhe afirmar que a vida é um círculo vicioso. Ainda bem que a persistência e a boa vontade são primordiais para atingir metas, quase inalcansáveis...

E assim, podemos avaliar o quanto as pessoas são imperfeitas! Afinam e desafinam nos diversos momentos históricos. A natureza cuida de recriar a realidade do círculo infinito com os artifícios das artes.

O ser humano capta da natureza sua tendência à beleza e chega ao conflito na vertente da destruição. {Homo homini lúpus.}: [O homem é o lobo do próprio homem.]

-Mãe, meu pensamento passa por cima das diferentes reações de meu pai que vê em mim, um obstáculo ao seu sucesso!

-Não meu filho, seu pai tem grandes valores pessoais, artísticos e profissionais. Esta reação será passageira, tenho certeza! Ele tem um bom coração! Está apenas, vendo sua vaidade ameaçada!

Chegou o grande dia!

O Sr. Agnaldo foi convidado do Teatro Municipal, para receber uma Medalha de Honra ao Mérito, em agradecimento, por tantos anos que fez a abertura dos eventos. Tratava-se da estréia inefável do porvir!

Mês de abril! Cenário perfeito para desfazer o conflito entre um pai e um filho. Quando as cortinas se abrem, o direito grita ao mundo! Justiça seja feita!

Ademar tocou com precisão a dialógica conformação hierárquica e mostrou a multiplicidade de seu talento. Interpretou [Sonata ao Luar] e [Ode à Alegria] de Beethoven, tão bem que viu a platéia inteira levantar-se para o aplauso final.

A eficácia não abriu a compreensão, no foco observador de seu pai, que continuava assentado, cabisbaixo!

Por um instante, Ademar fixou seu olhar na primeira fila do maravilhoso salão e sentiu a bipolaridade da consonância marcante! Seria possível dizer que, a conduta paterna revelou-lhe o TAPA de LUVAS bem afinado?

-Não! Não me cabe julgar!

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http://www.recantodasletras.com.br/contos/4241418

Continua...

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Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 15/04/2013
Reeditado em 15/04/2013
Código do texto: T4241418
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