CENÁRIO DE DESPEDIDA

Estive pensando o tempo todo naquele dia. Quero revivê-lo passo a passo para compreender o por quê da nossa separação.

Era uma sexta – feira. O tempo estava muito instável e propício para que ninguém se atrevesse a sair de casa.

No entanto, eu Marcos – o Marcão – resolvi passear. Não era muito tarde, pois o relógio marcava 21 horas. Tirei o casaco do armário e fui até a garagem. Lá estava meu carro que tanto me orgulhava. Sempre limpo, impecável – ora já estou ficando chato de tanto descrever detalhes. Mas preciso demais das minúcias.

Enfim pisei no acelerador e fui pela estrada afora. Lembrei-me dela – a minha amada chamada Roberta – bela mulher que já tinha escolhido para minha esposa.

Lembrar dela era uma tormento, pois sabia que estava viajando. Isso me fez pensar que quando ela retornasse nós ficaríamos noivos e eu não teria mais problemas sentimentais. A chuva começou a cair e tive vontade de voltar, porém já passava da meia noite. Achei melhor aguardar a chuva ficar mais fraca.

Quando finalmente acelerei o carro, levei um susto. Vi um vulto de mulher correndo. Acendi os faróis e me surpreendi quando descobri que era a minha querida Roberta. Acelerei para alcançá-la, porém outro vulto passou e a abraçou. Não entendi nada naquele instante. Mantive minha calma e segui os dois. Como estavam a pé, não perceberam meu carro.

Entraram em um restaurante. Eu fui atrás. Não importava mais nada. Eu precisava saber se estava cego ou louco. Mas era ela mesma. Quando a vi sentar, pude observar o homem ao seu lado que a beijava. Aproximei-me e esmurrei aquele cara. O soco foi forte e ele caiu desmaiado. Roberta gritava:

_ Parem. Seus imbecis. Não briguem por mim.

O cenário era de lágrimas, pois Roberta chorava e eu também. Acordaram com um balde de água aquele estranho e nós continuamos a briga. Algumas pessoas tentaram nos separar, mas foi em vão. Alguém chamou a polícia.

Tudo estava claro para mim. Nada me importava mais. A polícia foi sensata apenas nos advertiu. O companheiro de Roberta disse alto e em bom tom:

_ Roberta é minha mulher. Somos casados faz dois anos.

Então fiquei tenso, calado e destruído. Não havia motivos para discussões. Fui embora e até hoje nunca mais a vi.

zemary
Enviado por zemary em 15/04/2013
Reeditado em 15/04/2013
Código do texto: T4241408
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