Nostalgia

Não existe no mundo cientifico, tecnológico ou outra parafernália que possa pensar por voce trazendo a tona as lembranças de um tempo onde um fato aconteceu deixando marcas e hoje nostalgia.

Nos anos oitenta eu ainda criança, vivendo um mundo onde parecia que jamais mudaria, aqueles momentos de dia em que brincava com os amigos na porta de casa, pelas ruas do bairro se aventurando na descoberta de um mundo que aos meus olhos era pequeno, embora ja com pequeno conhecimento geográfico de que a terra é redonda mais sem noção e avaliação da dimensão de que isso era tão espantoso. Sinceramente a capacidade de pensar e analisar que meu pequeno mundo não era apenas as voltas com artes ao redor de casa, pelos bairros com os amigos o que era ja muito comum meu grupo de amigos circularmos em busca de aventura. Sempre fui muito aventureiro e procurava ter sempre algo novo para fazer embora eu não gostasse de repetir as mesmas coisas, havia um tipo de brincadeira que eu fazia sempre com muita adrenalina e um pouco de medo porem logo a coragem tomava conta quando então conseguia minha arte. Havia alguns pés de abacate no quintal de um vizinho e todos eram próximo um do outro de forma que as suas copas eram de fácil acesso passando de um para o outro, havia um amigo que pulava facilmente de um para o outro e assim eu admirava e tomava coragem para fazer do mesmo jeito. Ali, passávamos horas e horas pulando feito macaco e sacudindo as copas fazíamos arruaças.

Peladinhas nunca fui fã mas, sempre ia com a turma nem que fosse pra ficar no gol, como eu não gostava muito de jogar bola, deixava os gols passarem para então terminar logo a partida ou mesmo causar desânimos nos meninos para irmos pra outra brincadeira. Havia as bolinhas de gude, finca, rouba bandeira, policia ladrão, garrafão, mamãe da rua entre outras brincadeiras que eu gostava.

Sempre tive um espirito aventureiro que quando a turma não me chamava ora ir para o SESC pular a cerca pra nadar, eu ficava muito bravo pois era a aventura que eu mais gostava. La a gente fazia arte demais nos brinquedos até chegar na piscina onde havia uma ilha que era um desafio para nós chegarmos nela. Após horas e horas na piscina, a fome batia e la íamos nós para o restaurante "serrar a o rango". Eu as vezes meio tímido, só levantava a mão para alguém colocar comida e debaixo da janela so esperava a boa vontade de alguém chamar e assim colocar um poucochinho, quase sempre funcionava e quando isso não dava certo, eu suspendia meu olhar de pidão e isso sensibilizava sempre alguém e com isso como resultado, barriguinha cheia.

Faltou sim muita coisa na infância, como no geral na vida de meus colegas, pro outro lado a gente tapava a falta do que queríamos com nosso jeito inocente de viver a vida.

Hoje com quarenta anos, pai de filhos e até mesmo avó, olho para eles e fico a questionar quando ha tanta cobrança e apelos para obterem algo, o que muitas vezes vem com exigências ou até mesmo fazem sem querer saber a opinião dos pais.

A minha nostalgia é baseada nesse tempo onde vi de quase tudo, tive quase nada porem desfrutei de um tempo onde o contato foi real, a amizade era direta, o compartilhar era sentido na pele quando dávamos um ao outro o que tínhamos nas mão a comer, dividíamos os brinquedos feito a mão,os carrinhos feito de lata de óleo com rodinhas de chinelo, carrinho de rolimã, patinetes de madeira com rodinhas de rolimã, arquinho, pé de lata, perna de pau, pneu usado correndo entre os becos da vila a qual vive até hoje minha mãe, aviãozinho feito de papel, caixotinho, papagaio ou pipa, ió ió, carrinho de manivelas, passar cordão e entre outros que tenho certeza que voce deve estar a lembrar lendo essa nostalgia.

Eu sobrevivi e estou aqui, porem sinto uma saudade de amigos que se foram tão prematuros, uns com doenças, outros se envolveram no mundo do crime. Espero encontrar compartilhamento de alguns amigos da minha época do bairro mantiqueira, comerciários, primeiro de maio ou outro lugar em que viveu a semelhança da minha narrada nostalgia. Abraços a todos com muito carinho.

Edimar Ferreira
Enviado por Edimar Ferreira em 14/04/2013
Reeditado em 25/05/2013
Código do texto: T4240968
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.