5055-CIÚME DESAFINADO 1ª PARTE. (1º conto da Série: A César o que é de César) - Autora: Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

5055-CIÚME DESAFINADO 1ª PARTE. (1º conto da Série: A César o que é de César)

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Autora: Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

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Desde a adolescência, Ademar comprovou que o {Tempo é o senhor da razão} e mais tarde, aprendeu a origem desse ensinamento, em latim: {Tempus dominus rationis est.}.

Filho de pais pianistas, em casa, sempre ouvia sua mãe dizer:

-Com paciência e perseverança, tudo se alcança: {Labor improbus omnia vincit}.

O Sr. Agnaldo sorria e lhe dizia:

-Agnes, você tem razão, além do talento, tocar piano exige perseverança, boa vontade, inteligência, determinação de limites, humildade, boa visão, concentração, atenção, disciplina e muita paciência! Tenho de estabelecer a opção à prioridade musical a alguns convites que recebo.

Aos 14 anos, o jovem escolheu seu presente de aniversário:

-Quero um piano!

-Nada disso, você está na idade de estudar e ajudar sua mãe. Daqui a pouco, vai ter de arranjar o primeiro emprego!

Desencantado pela resposta imediata do pai, o jovem chegou à janela, sentindo a frustração marcada pelo egoísmo paterno, que lhe emprestava o piano idolatrado, com todas as recomendações possíveis, quanto à higiene das mãos...

Perto do piano não podia dar um espirro, alimentar e muito menos colocar copos e pratos sobre ele. O cuidado era tão grande que ele sentia-se preso às exageradas normas para a utilização do seu passatempo favorito!

Não havia poeira, nem sujeira naquele instrumento. Com as teclas, o cuidado era maior, estava sempre coberto com um suporte de veludo vermelho e franjas douradas; marcando a lembrança de Dr. Klauss, seu avô.

De repente, Ademar ouviu uma voz doce que lhe falou baixinho aos ouvidos:

-Filho, venha ao meu quarto!

Vagarosamente, ele acompanhou D.Agnes e viu quando ela abriu um cofre secreto:

-Tenho dinheiro suficiente para comprar seu belíssimo instrumento musical. Há muitos anos, venho aguardando o momento certo de lhe oferecer esta poupança, que faço desde seu nascimento!

Ao amanhecer, os raios de sol vieram aquecer ainda mais a personalidade artística de Ademar e, aguçar-lhe o talento manifestado desde a infância...

Bons tempos em que sua mãe dava-lhe as primeiras lições de música. Além do infinito, observou que as nuvens brancas da paz passavam para levar as tristezas do mundo humano.

Diante do espelho do quarto podia ver maior brilho em seu olhar.

Ademar aprontou-se feliz, recebeu a bênção dos pais e saía para a Escola que ficava próxima de sua casa, quando atendeu o chamado de D. Agnes que lhe disse:

-Ademar, hoje preciso encontrar você à porta da Escola. Teremos novidades após suas aulas! Vamos à cidade, na Loja dos Pianistas!

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http://www.recantodasletras.com.br/contos/4240241

Continua...

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 14/04/2013
Reeditado em 14/04/2013
Código do texto: T4240241
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