O sonho e o mar

Não faz tanto tempo assim, no entanto a memória é falha ao tentar se lembrar de quando tudo isso começou. Mas só sei quando percebi, já estava lá, sentia meu corpo caindo lentamente no meio de um universo vazio, onde não havia a que se segurar, foi quando houve o finalmente o choque da queda.

Ao sentir o choque pude sentir que meu corpo continuava a cair. Fiquei um tempo inconsciente e ao acordar, demorei a perceber onde estava vagando pelo infinito que me cercava podia escutar vozes, no entanto muitas eram frutos de meu pensamento.

Quando finalmente me encontrei, me vi perdido no mar da solidão. Era escuro e frio, me via desamparado, o que intensificava esses sentimentos. Vaguei sozinho por um tempo e sem muita expectativa de salvação, foi quando eu te encontrei, perdida da mesma forma que eu me encontrava.

Sua solidão me soava familiar que por um instante passou a se confundir com a minha. Ficamos ali compartilhando a solidão a dois e encontrando no outro aquilo a nos tinha sido tirado a força, quando menos esperávamos.

Nós tentávamos nos aproximar, no entanto o medo de falhar nos impedia de maneira inconsciente e traiçoeira, mas estávamos sempre ali, um pelo o outro, pensando sobre tudo e sem ter certeza de quase nada. Foi quando enxergamos a luz, do farol da solidão, que nos guiava para os nossos cais, que calhavam de serem distantes um do outro.

Ao chegar à praia, deitei na areia e fiquei observando as estrelas, quando fui perceber, já era dia e assim os dias se sucederam e não pude ter certeza de quanto tempo, foi quando outra pessoa se aproximou de mim, o sol não me permitia enxergar seu rosto, ela me puxou e nós corremos pela praia, até nos cansarmos e riamos como se o mundo se resumisse aquele momento.

Desde então fomos felizes naquele universo que só a nós pertencia nada nos faltava, pois tínhamos tudo o que o outro precisava. No entanto, quando a noite caia eu mergulhava no mar, na esperança de um dia te ver de novo.