doce tentação
UMA DOCE TENTAÇÃO
Como tudo em sua vida, esta também tinha sido uma tumultuada decisão... comprar ou não comprar um automóvel. Lembrou-se dos gastos diretos e indiretos com ele: manutenção, IPVA, seguro, troca de pneus, parcelas do financiamento, gasto com gasolina... Pensou em seus benefícios: rapidez, comodidade, status. Enfim era uma cadeia de serviços necessárias à permanência daquele bem em suas mãos nas condições necessárias ao uso adequado e seguro... Por tudo isso, resolveu não comprar. Agora era a dúvida, não queria deixar o dinheiro parado, precisa capitalizá-lo. O carro na verdade tinha como objetivo maior colocá-lo em evidência, inflar o seu ego. O seu sucesso profissional precisava ser visível a muitos. Então o carro serviria a isso. Todavia, após uma longa reunião de família, viram que o status era o que menos interessava. As pessoas não tinham nada a ver com suas vidas. Os resultados positivos deveriam ser para o bem da família. Por isso, Investiu-se o valor do carro na compra de um imóvel, comprou-se um terreno. O carro que ele iria comprar, após cinco anos passados, hoje vale um décimo do valor do mesmo. Como substituto do automóvel foi comprado uma bicicleta para cada membro da família e nos dias que chove fazem uso do transporte coletivo... Ganharam em saúde... Ganharam financeiramente e tornaram-se muito mais amigos da natureza - e diga-se de passagem - como eles tem ajudado o meio ambiente! Quanto ao carro... toda vez que passam em frente à concessionária ele os acena como uma doce tentação.
Marcio J. de Lima