O silencio está a nossa volta. As feras acuadas dentro de cada um pode a qualquer momento sair e saindo leva quem a deteve por todo esse tempo.
Isaura tentava conversar comigo, recuperar o tempo perdido e fazer-me esquecer que um dia ela partiu e agora volta tentando me fazer crer que o mundo é perfeito tal uma maçã.
Mas o vazio, a vontade de continuar suspenso deixando que o tempo se escoe pelos poros do passado me faz ficar calado.
Vejo seus lábios mexendo, mas as palavras são inaudíveis, pois bloqueei Isaura.
No dia em que Isaura voltou cinco anos depois do dia em que foi embora levando consigo nossas economias e bens conquistados a dois, nesse dia quis matá-la.
Mas não se mata impunemente uma mulher que se diz frágil e doente. Isaura está magra e debilitada. O vestígio do vicio nos dentes escurece um sorriso forçado.
Percebendo isso afastei a idéia de tirar sua vida, ou o que sobrou dela. Dei-lhe de comer e ela sofregamente comeu como se fosse a ultima vez que faria uma refeição.
Depois de horas falando Isaura fez uma pergunta, ou melhor, duas:
- E Ítalo? Onde está?
Eu respondi sentido um amargor descendo pela garganta e tomando conta de todo o meu corpo. Quase sem voz disse:
- Morto.
Ela aparentemente ignorou minha resposta e mudou de assunto.
Se ficar mais tempo com ela o ódio tomará proporções ilimitadas.
Faço menção de sair, mas decido resolver essa situação.
- Ítalo morreu logo após sua partida. Nosso filho adoeceu apesar de tudo o que eu fiz, ele não resistiu à falta da mãe.
Os olhos de Isaura esfriam num segundo parecendo congelar sentimentos e o gelo toma conta de toda a sua face.
- Eu não...
- Eu sei.
- Mas...
As palavras desapareceram, Isaura calou-se para sempre.
Alimenta-se somente da culpa e do vicio que também a consome lentamente, drenando aquilo que um dia ela chamou de vida.
Isaura tentava conversar comigo, recuperar o tempo perdido e fazer-me esquecer que um dia ela partiu e agora volta tentando me fazer crer que o mundo é perfeito tal uma maçã.
Mas o vazio, a vontade de continuar suspenso deixando que o tempo se escoe pelos poros do passado me faz ficar calado.
Vejo seus lábios mexendo, mas as palavras são inaudíveis, pois bloqueei Isaura.
No dia em que Isaura voltou cinco anos depois do dia em que foi embora levando consigo nossas economias e bens conquistados a dois, nesse dia quis matá-la.
Mas não se mata impunemente uma mulher que se diz frágil e doente. Isaura está magra e debilitada. O vestígio do vicio nos dentes escurece um sorriso forçado.
Percebendo isso afastei a idéia de tirar sua vida, ou o que sobrou dela. Dei-lhe de comer e ela sofregamente comeu como se fosse a ultima vez que faria uma refeição.
Depois de horas falando Isaura fez uma pergunta, ou melhor, duas:
- E Ítalo? Onde está?
Eu respondi sentido um amargor descendo pela garganta e tomando conta de todo o meu corpo. Quase sem voz disse:
- Morto.
Ela aparentemente ignorou minha resposta e mudou de assunto.
Se ficar mais tempo com ela o ódio tomará proporções ilimitadas.
Faço menção de sair, mas decido resolver essa situação.
- Ítalo morreu logo após sua partida. Nosso filho adoeceu apesar de tudo o que eu fiz, ele não resistiu à falta da mãe.
Os olhos de Isaura esfriam num segundo parecendo congelar sentimentos e o gelo toma conta de toda a sua face.
- Eu não...
- Eu sei.
- Mas...
As palavras desapareceram, Isaura calou-se para sempre.
Alimenta-se somente da culpa e do vicio que também a consome lentamente, drenando aquilo que um dia ela chamou de vida.