O Preço - Cap.3

Clarisse acordou primeiro que a sua mãe, foi ate a ponta da casa sem fazer barulho nenhum, assim invadiu o jardim da mãe para cortar algumas flores, formou um lindo buquê e saiu de casa. Próximo da tua casa estava tendo um grande desfile de soldados americanos, com varias pessoas em volta, levantando bandeiras da Holanda para os soldados da guerra, Clarisse não entendia o que estava acontecendo, tinha apenas 12 anos.

Então ela invadiu o desfile e começou a tentar vender o seu buquê de flores para algum dos soldados, ate que um recruta novato comprou dela, e a pagou em dólares. Clarisse voltou correndo para casa, estava feliz mesmo sem saber o quanto valia aquele dinheiro, acordou a mãe e mostrou para ela o que tinha conseguido.

- Da para comprar um livro com isto? – Perguntou Clarisse para a mãe, que apenas a olhou brava – Um soldado me deu... – Disse baixinho, mas sua mãe apenas arrancou o dinheiro da sua mão e brigou com a filha, disse que deveria trabalhar para conseguir dinheiro, e que não era para eu me envolver com aqueles soldados.

Apenas com 16 anos que Clarisse entendeu o que realmente aconteceu aquele dia, agora que a guerra já tinha acabado, ela procurou um emprego apenas para poder comprar um piano, e como era menor de idade apenas achou emprego em uma lanchonete. E na lanchonete ela sabia de varias coisas em primeira mão, muitas delas eram fofoca, mas uma delas foi interessante, soldados de guerra que foram presos na Holanda, tinham que matar algum holandês que teve envolvimento com os soldados na época da guerra, para serem livres deste país.

Mas antes mesmo de terminar a conversa, haviam chegado clientes para Clarisse atender, e eram soldados, ela foi e marcou os pedidos deles, e virou de costas para ir à cozinha.

- Ei garçonete! – Gritou um dos soldados – Sente-se aqui com a gente! – Falou, normalmente ela não iria, mas ela tinha envolvimentos com soldados na época da guerra, e por medo, ela se sentou.

- São verdades esses boatos – disse Clarisse assim que sentou, ela queria ser direta – Sobre estar matando pessoas envolvidas durante a guerra? – o soldado apenas concordou com a cabeça, e olhou para baixo, e só depois de um longo silencio.

- O único envolvimento que eu tive foi com uma garotinha, que me vendeu flores – Disse o soldado, Clarisse ficou extremamente assustada, mas tentou não mostrar emoção alguma, estava com medo de morrer ali mesmo. – Ela deve estar bem grandinha agora, pena que eu tive que ir atrás dela – “Tive”, pensou Clarisse, então ela estava protegida, mas algo a mais chamava atenção no soldado.

Quando eles pediram a conta, aquele soldado em especial a chamou pra sair, e ela foi, tinha acabo o expediente dela, passou a noite com o soldado, e em meio a sua diversão, não notou no horário.

- Tenho que ir embora – Disse Clarisse para o soldado – Minha mãe deve estar doida – E se aprontou para sair, quando estava perto da porta – Você não me disse teu nome – comentou ela.

- Meu nome é Jones – Disse apenas, assim ela se aprontou e foi correndo para a casa.

Chegando perto de casa ela já estava preparando as suas desculpas, mas quando ela chegou no portão, reparou que ele estava quebrado, e a porta estava aberta. Ela entrou com cuidado na sala, e encontrou o corpo da sua mãe, encostado na parede, com uma mensagem de sangue escrito na parede.

“Pagou o preço pela filha”.

Nícolas Lúcio
Enviado por Nícolas Lúcio em 10/03/2013
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