Meu mundo minha vida [ Segunda parte ]
A Saída
Tião o pai do Zé pequeno disse: Mãe a senhora me perdoe; Mas agora eu vou embora daqui com a minha mulher e meu filho.
E rumou-se de Resplendor, em Minas Gerais, com destino a Colatina no Espirito Santo. Na verdade, ele Saiu com destino a Colatina, mas resolveu fazer uma Parada antes em Uma Fazenda onde morava um Irmão dele e sobrinhos; Era época de colheita de café, resolveram ficarem uns dias, a fim ganhar mais um dinheiro na colheita, e melhor chegar ao seu destino.
Foi terrível! Lá na tal Fazenda, Sebastião sofreu um acidente no Trabalho, que Retardou a prosseguirem viagem; zé pequeno voltou a sofrer Nas mãos de um dos primos, esse
Que os hospedou; A Família boa! O nome desse primo é Braz; Zé pequeno estava pescando ali naquele Riacho que passa perto da casa, o primo chegou do lado dele e disse: Agora Zezinho, seu pai está na cama, sua mãe e você, vão ter que se espernear: Eu não vou tratar de vocês atoa aqui mais não vou mesmo! Quando eu sair para a roça você pode me Acompanhar tem uma enxada pequena ali, quando eu sair, você pega ela e me acompanha.
O pai realmente estava na cama, mas não deixou de perceber que a coisa estava se repetindo; Assim que melhorou do ferimento, eles partiram com destino a Colatina; nisso Zé pequeno ia completar nove anos; chegando lá, ficaram em São Silvano o pai saio deixando zé pequeno com a mãe, em um posto de Gasolina; Nessa saída ele arrumou uma casinha lá encima no morro da caixa-d’água onde zé pequeno viveu o resto da sua infância; assim que chegaram ele Foi matriculado no Colégio Carolina Picoli. Ali arrumou alguns coleguinhas; dois deles se destacaram: Era Diego e Zezinho, moravam também no morro da caixa-d’água inclusive Diego era filhos da dona da casa onde zé pequeno e seus pais vieram morar; foram eles que o ensinaram a engraxar sapatos; por isso, seu primeiro trabalho em Colatina foi engraxate; Dai foram ficando conhecidos, Tempo depois, isto é praticamente um ano; um senhor de nome Eugenio, que morava logo ali na outra Rua arrumou para ele serviço em uma Fabrica de Malas; Essa fabrica fica ali no pé do morro era só descer estava no trabalho esse homem era mal, mas zé pequeno não falava nada para o pai não tirá-lo do trabalho; E zé queria aprender!
Aos onze anos, um Rapazinho que era irmão do Zezinho, disse: Zé, eu sei o que o dono da fabrica de Malas onde você trabalha faz com os garotos, ele é muito mal; se você quiser sair de lá, eu arrumo pra você lá onde eu e meu irmão trabalhamos; Zé pequeno falou com seu pai sobre a proposta, o pai concordou, e o Rapazinho o levou para a fabrica de esquadria e Marcenaria que ele e o irmão trabalhavam;
Zé pequeno conta a história do seu começo
Eu vou contar como foi que comecei a profissão: Na Fabrica meu trabalho era pegar as peças de madeira prontas e levar até a bancada do montador enquanto eles montavam, eu ficava olhando e via que o Marceneiro, tinha a mão um pano umedecido e alimpava as colas que escorriam, com aquele pano; Eu passei a Ajudar fazendo o Mesmo que o marceneiro fazia; as rebarbas que sobravam o montador tinha que lixar para depois passar a cola; Eu acompanhava como ele fazia, comecei a fazer; Com isso adiantava o serviço dele, com tempo comecei a montar.
Dali, eu ia nas maquinas, e ajudava tirando peças das maquinas e quando o Maquinista ia regular a Maquina para um tipo de serviço, eu ficava olhando atentamente; E foi com esta estratégia Que fui me familiarizando com tudo que tinha na fabrica; peguei a manha de todo tipo de serviço; Mas como era proibido pelo Gerente, menor trabalhar em Maquinas, aqueles maquinistas não podiam me deixar operar; mas com muita insistência de minha parte, um deles, o senhor José Carrara disse: Você é um moleque inteligente! Eu vou te ajudar: Fica vigiando quando o senhor Freire sair, assim que ele sair você vem que eu deixo você trabalhar na maquina quando você tiver idade para fazer isso, você já sabe;
Freire a quem ele se referia, era José Freire o Gerente. A primeira maquina que eu operei, era uma maquina de nome Desengroço; Assim zé pequeno conta como fazia: quando eu ouvia o barulho da motocicleta, do senhor José Freire eu olhava para que lado saiu, e corria para a maquina; O café e Bolinho que minha mãe mandava para mim, eu dava pro velho Carrara, ele tomava aquele café, enquanto eu treinava; Isso eu já estava na empresa a mais de dois anos; Assim eu consegui com todos as maquinas! O senhor José Carrara me abriu o caminho. Foi muito tempo para o senhor Freire descobrir.
Um dia nós descuidamos, e quando vimos, O Gerente chegou, e ficou bem atrás de mim, acho até que veio sem a Motocicleta Eu estava na Tupia, maquina mais perigosa em qualquer marcenaria pode pesquisar; O Gerente esperou pacientemente terminar de moldurar aquela peça e me disse: Quem mandou você mexer em maquina, em moleque? Educadamente, respondi com silencio.
Nisso ele virou para o maquinista o João, e disse: Eu gosto muito desse moleque e agora vou mandar chamar o pai dele aqui, para leva-lo para casa, e vou explicar que ele me desobedeceu, mas a culpa é sua! João: Ora senhor Freire, eu pensei que o senhor até já Soubesse! Tem tanto tempo que ele faz isso! Que pensei que o Senhor não estivesse se importando. Nisso ajuntaram os mais idosos inclusive os montadores, e cada um falava uma coisa; O senhor Carrara disse: Freire, eu ainda trabalho aqui, nesses últimos quarenta anos, por que você nunca me aborreceu! Mas agora se você mandar esse garoto embora, eu saio daqui.