Um Romance no Deserto : Cena 3
A noite passou rápido e logo o sol vermelho voltou a nos castigar. Pegamos nossas roupas que estavam espalhadas pelo chão e comemos um pouco do bolo de fubá que o nosso bom anfitrião nos dera anteriormente. Dei comida e água para o cavalo também que agora,depois de sede e fome cessadas,estava pronto para continuar a viajem. Madalena olhava fixamente para o horizonte,como se procurasse algo ao longe,uma resposta,uma esperança!
Quando finalmente decidimos seguir em frente,até a velha cidade à alguns quilômetros a nossa frente,Pensei em nossa atual cituação; Será que eu estava agindo certo? Será que era essa a vida que eu sonhava em dar para a minha Madalena? Eu nunca deixaria a vida de jogador trapaceiro para trás? Que chances teria-mos desse jeito?
Nesse momento,pensei em desistir de tudo,levar Madalena para a casa de seu pais novamente e deixa-la em paz. Sei que eu não aguentaria viver sem ela e ela,igualmente sofreria na minha ausência, mas eu era um homem sozinho,sempre fui, e assim seria melhor para todos. Eu pressentia o perigo e não me perdoaria se algo acontecesse a minha pequena. Mas antes que eu podesse dizer tudo o que me ocorria,um estampido seco se fez soar naquele silêncio perturbador. O que antes eu pensava ser fruto de minha mente cansada se tornou uma imagem muito viva e perigosa. Vi a poucos quilômetros de nós,em uma carreira desenfreada,o bando de Severino de Almeida,o homem que eu havia enganado no poker à alguns dias atrás. Vinha rápido como um guepardo faminto,com seus capangas ao redor e o seu rifle Winchester em punho pronto para mais disparos. Não pensei em nada,peguei Madalena pelo braço e descemos do rochedo onde passamos a noite. Pensei em pegar o cavalo e fugir mas seria questão de tempo até eles nos alcançarem. Cada vez mais perto de nós, eu pude ver o sorriso malicioso na face de Severino, o sorriso que sempre me entimidava. Me pus a frente de Madalena e ela,por sua vez,abraçou-me ferozmente! ...Seria o nosso fim.