48 horas
Luz apenas de velas perfumadas, iluminavam o ambiente.
Quase uma penumbra, mas a silhueta de um corpo nu dentro da banheira, ainda dava pra se ver.
Ela já se banhava por horas, dentro de um quarto de banhos, que cheirava flores silvestres.
Um ritual bem tranqüilo depois de uma semana cheia, muitos contatos, negócios fechados, estava ali só; as velas davam o ar da dança das sombras na parede.
De repente o silêncio foi interrompido pelo toque do telefone.
Seu coração dispara, será que ele chegou?
Seu namorado um comandante de uma empresa de transportes aéreos, que já estava a uma semana fora e quando o telefone toca, toca mais forte o coração.
Ela corre atender e sobre o assoalho, ficam pegadas com espumas escorridas.
Finalmente para seu conforto e felicidade, era ele, com uma voz doce e pausada, quase um locutor de FM, ela chega arrepiar-se de felicidade, quando o oi entra por seus ouvidos.
Como você está, ,gentil e calmamente ele a pergunta, e ela dá entender com uma voz quase sufocada pela alegria,
- morrendo de saudades.
De repente na porta, algumas batidas, o telefone fica mudo, ela se assusta, mas corre por todo o corredor e olha pelo olho mágico da porta de entrada, ele acabara de desligar o celular, ela fica surpresa e feliz, e na
felicidade esquece seu estado de nudez e abre a porta para seu amado.
Que surpreso, quase derruba as flores que escondia a traz do corpo, vendo aquela que tão lhe era cara.
Ela o puxa para dentro e seu corpo molhado logo se encosta, transferindo para ele parte de suas espumas.
E num sorriso franco o beija, alegre e feliz.
E como um passe de mágica, naquele ambiente propicio, em poucos instantes os corpos que não se viam a longas e longa horas, se unem num só.
O amor florescia naquele cômodo da casa.
Ouvia se uma música bem próxima, em seu quarto, e lá um cheiro de mirra de um incenso indiano que encontrara dias a traz, quando fazia compra no mercado.
Do bolso do casaco pendurado sobre algum móvel, estava um vinho que ele trouxera de sua viagem pela Europa.
Comemorar, brindar com ela, era o que ele mais queria naquele momento.
Muito romantismo esquentava aquele quarto de amor.
Após sacar a rolha, o vinho era colocado em duas taças, e assim foi a noite toda de amor.
Brindes, beijos e muita dança já com os corpos suados de tanto se abraçarem, a felicidade era o que mais importava a comemorar naquele momento, esquecendo até da viagem que faria daqui a 48 horas.
Era o inicio de um final de semana.
Não se desgrudavam nunca, até banhos juntos de uma ducha macia cada vez mais apaixonados transbordavam por todo o apartamento.
Ela adormecera, já se fazia manhã, e logo passando a mão para acariciar o corpo de seu amado, encontrou apenas o travesseiro ainda quente.
Ouvi um barulho na cozinha, pega a camisa de seu amado e veste feito camisola, abotoa apenas alguns botões e vai até a cozinha, o cheiro pelo corredor se fazia presente, ele queria lhe fazer uma surpresa, preparando o
café para leva-lo na cama, mas é surpreendido pelo pulo de monta cavalo que ela num só salto se arremessa junto de seu homem.
Que a protege e segura fortemente com os braços, nesse momento ela já com as pernas entrepassadas em sua cintura, o enche de afagos e beijos, realmente existia amor naquele ambiente festivo.
Já se passara 8 faltando 40 horas para a nova despedida.
Logo tomaram um belo e reforçado café, com geléias, bolos, sucos, ele realmente sabia encantar sua amada.
E num parque próximo, passeavam pelo sol que hora se escondia pelos arboredos daquela manhã encantada.
Ali estava não um casal, mas um espírito de amor, de cumplicidade, e harmoniosamente, as horas da manhã corriam feito maratona.
Já era hora do almoço, enquanto ele se despe e toma uma ducha, para tirar o calor do corpo, ela por sua vez, prepara uma comidinha rápida mas gostosa.
E enquanto as comidas eram aquecidas e feitas no forno elétrico, ela não perde tempo.
Corre para o banho, junto de seu amado, e mais uma vez se amam, como tinha sido a noite inteira até o sono abater os dois corpos cansados.
Assim se passava o dia, um olhando para o outro, não se importando por quanto tempo isso se perduravam.
O silêncio estava por ali, mas seus olhos se conversavam, contavam as novidades feito mágica.
Realmente era forte o sentimento entre este casal.
E assim foi até a 40ª hora.
Faltava apenas oito horas para a decolagem.
Ele começa a se aprontar afinal era assim o seu serviço, e ela já se preparando para a rotina de sua atividade de eximia negociadora de uma grande empresa de serviços.
Finalmente ele se dirige a porta, ela com as mãos tremulas o segura pelo ombro. Um ultimo beijo, um abraço apertado, separava o feliz casal.
Aquele lar que era a momentos a traz um perfeito local de amor, de juras, de palavras doces e promessas, acabara de se tornar, de repente um lar comum.
O vôo 465 levanta para os céus, enquanto ela chega em sua sala.
E assim ao abrir a porta de seu local de trabalho, deixa para traz todas as horas de felicidades, e inicia os anseios de um novo encontro.