Boas festas

Exatamente as vinte e duas horas da noite chegou Jonny. Apresentou-se a Kamila e na porta de entrada da casa iniciaram uma conversa. E entre beijos e abraços meio que apaixonados, os amigos íntimos adentravam a casa entendendo a intimidade dos amantes.

Quando Robertinho chegou, por hora, já encontrou Claúdia fazendo sala para Jonny e Kamila. Cortesmente desejou boa noite e mais adiante foi falar com Casemiro e Girlane.

A música falava só no ambiente escuro da sala, enquanto ao redor pessoas se olhavam, riam, bebiam e comiam, como a beira da praia, ao redor do fogo num clima de pura de alegria, mas a maioria daquelas pessoas, conservam a nostalgia da timidez. Nem mais nem menos, chegou Pilão, que junto com Arthur e Robertinho começaram a agitar a noite dançando qualquer coisa como “Bee Gees”. Num segundo, pessoas começaram a ir ao meio se desinibindo e sacodindo a poeira do ano que, em segundos já iria embora, quando Socorro chamou Robertinho para enfeitar lá no quintal.

Dentro de sua gentileza, Robertinho seguiu a moça e juntos começaram a adornar o espaço. Pouco depois chegou Casemiro, Pilão, Girlane, Claúdia, Marília, Roberta, Reis e outros convidados, que em tom de brincadeira começaram a enfeitar um lado, enquanto outro iluminava, já outro elevava o astral lembrando das peripécias da infância, e assim, nessa temática os risos eram constantes, que enveredaram para o refrão de uma música antiga cantada por todos, que dizia mais ou menos: - Feliz ano novo, adeus ano velho... Paulatinamente, sem perceber o momento todos já estavam entusiasmadamente cantando.

Jonny e Kamila, como adolescentes iam de um lugar a outro, como a procurar na sombra um cantinho para ficarem mais a vontade, fora da lei, que regia a sua casa.

Fogos, muitos fogos, musica no ar, champanhe estourando sem parar, gritos eufóricos, abraços, fumaça, vizinhos se cumprimentando e abraçando, moleques batendo no porte e muitos beijos nos diziam que o ano novo acabara de chegar. Feliz Ano novo e o carnaval se propagaram na rua do fio. Enquanto Kamila, aproveitando a distração de todos levava Jonny, para acessar ao computador do seu quarto.

Lá embaixo a festa estava animada, a noite perplexa, deixou a primeira lua escapar das nuvens para reverenciar a felicidade que tomava de conta àquelas pessoas, que não paravam de cantar o Feliz Ano novo. Aos poucos o cansaço foi abatendo e um a um foram se despedindo já num bom dia.

As cinco da manhã todos já haviam ido embora, quando Rosa, que já se preparava para ir trabalhar deparou-se com Jonny, ainda na casa, acessando obcecadamente a internet ao lado de Kamila, que dormia perdidamente. E disse:

- ei menino você não tem casa?... Quem te deu permissão para ficar aqui no quarto de Kamila até essa hora?...

O garoto nada falou. E Rosa interpelo de novo: Acho bom, você já ir. Já ficou tempo demais.

O rapaz apenas respondeu: - è que ainda não tem ninguém em minha casa. A minha mãe só chegará lá pelas nove da manhã.

Calada Rosa desceu e foi trabalhar. Quando o sol anunciou o dia, já fora do horário normal daquela casa. O que se ouviu foi uma gritaria, aliada a confusão de pessoas que já transitavam pelo ocorrido. O tal Jonny, que todos pensavam ser namorado da Kamila, era conhecido dela de ” facebook”. Um individuo que ela havia conhecido há dois dias e nem sabia o endereço ou telefone, só podia ser um mágico.

Na verdade o rapaz, enquanto ela dormia levara o not book, dois celulares e uma máquina digital, bem como os desejos de feliz ano novo de todas as pessoas de boa vontade daquela noite inesquecível.