Quando é que a fome vira pecado?
Em uma cidadezinha pobre do interior, avia um menino com os seus dez anos que se chamava Miguel, era pobre, vestia farrapos ao invés de roupas, vivia em um barraco improvisado como casa aonde vivia com a sua mãe e seus irmãos.
Mesmo sendo criança, Miguel entendia a situação da mãe e não reclamava quando tinha fome o que era constantemente. À tarde, sempre ia para rua achar o que comer, e para arranjar uns trocados, adquiriu o habito de roubar dinheiro da coleta da igreja da cidade, já que as beatas mais ricas doavam um pouco a mais, assim pensando estarem corrigindo os seus pecados quando jovens.
Um dia, quando Miguel estava pegando um punhado de moedas a coleta, o padre agarrou-o pelo braço e o puxou ao seu lado, apontando o dedo e disse com uma voz meio zangada:
– Meu filho, não sabe que roubar é pecado?!
– Mai eu tô com fome, seu padre – respondeu Miguel já choramingando.
– Mas você não sabe que esse dinheiro é para os pobres? Meu filho – perguntou o padre.
– Mai eu também sô pobre, seu padre – respondeu Miguel.
– Mas é... É... Você não sabe que Deus não se alegra de ver um menino roubando! – afirmou o padre, sem saber o que dizer.
– Mai Deus não se alegra de ver um menino passanu fome? Né seu padre?
– Não, mas... Tem que trabalhar para comprar o que comer e não roubar! – respondeu o padre usando de seu ultimo recurso.
– Mai eu sô criança seu padre, eu não posso trabalha!
– Não meu filho. Mas... Mas... Ah! Meu filho vai brincar que eu tenho mais o que fazer!
Então Miguel, sem entender nada, saiu da igreja sem um centavo e ainda passando fome.