Ultimo sono

A neve derretia em sua mãos, já adormecidas pelo frio, o vento uivante estava cada vez mais gélido, as estrelas, luziam em um brilho frio, a lua emanava um brilho prateado e frio as sombras da noite mostrava um fato que era realmente inerente a tudo, não havia como ser indiferente a isto, a morte se aproxima lenta e quieta, mas, a presença dela é quase inegável. O seu beijo frio já poderia ser sentido as lembranças do passado se tornam pesos em sua vida. - “ Por que isto? Por que comigo?” Se pergunta, ninguém o responde, os tremores de seu corpo se tornam algo sublime um momento de extase.

As pálpebras pesam, ele fecha os olhos, para de sentir frio, esta em um campo de sua juventude, o calor do verão lavando o seu rosto, derretendo o gelo de sua cabeça, aquecendo o seu corpo, tudo volta ao normal, a cena de sua juventude, uma casa, numa fazenda, galinhas a cacarejar, cachorros a latirem, vacas a mugirem, gansos a grasnar, tudo normal. Sua mão o chamando para se lavar ao por do sol, amigos em brincadeiras idiotas, o velho rio, ahhh o rio, a lembrança mais doce dele, o seu primeiro beijo foi ali, os melhores momentos foi ali...

Logo ele cresceu novamente, estava numa cidade grande, num apartamento perdido entre ruas e barulhos, sirenes o acordava a noite, mais um morto, mais um crime. O Submundo se fazia ali naquele apartamento, dividido com mais dois sujeitos, prostituas entravam ali, viciados ali, e mais muitas outras pessoas, acordou numa escadaria na praça, na frente da igreja ele era ninguém, sem vida, sem família, destruído por todos.

Envelhece mais um pouco esta numa cama, luxuosa um titulo de doutor pendurado na parede, uma janela para o mar a maresia fresca adentra em seu quarto, a areia em seus pés quente e suave, os pescadores recolhendo as redes o passado das ruas não existe mais uma criança o chama de Pai, ela sorri um sorriso terno e simples, a felicidade em seu espirito esta ali um extase supremo.

Envelhece novamente, esta partindo para o norte, é inverno seus amigos o ajudam a arrumar os equipamentos para ir, uma lagrima no rosto de sua filha “ Pai, adeus." ele chora ao ver tal cena, sabe que sera a ultima vez que a vê, já crescida mas, sempre será a sua pequena, a sua pequena filha o seu único tesouro.

O Frio lhe arremete novamente a sua realidade, não suporta mais, deita sua cabeça em um pouco de neve, os sonhos continuam, uma mão o levanta e diz a ele “ Tudo bem, tudo acabou, todo o sofrimento não existe mais, tudo não passou de uma mentira, pode dormir agora, descanse de tudo oque existiu até agora.” Ele repousa naqueles braços aconchegantes, antes de dormir ele pergunta “ Qual é o seu nome?” e ouve “ Meu nome... bem, me chamam de morte”.

Panthael Barrett
Enviado por Panthael Barrett em 11/01/2013
Código do texto: T4079905
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