A menina e o broche

Era uma vez, uma menina que portava um broche herdado de família. Um dia, ao caminhar por uma imensa loja de departamentos, onde adorava fazer compras, seu broche cai sem que ela perceba. Algum tempo depois quando se dá conta de sua perda fica numa ansiedade, sente um vazio inexplicável em seu peito. Volta à loja, tenta em vão reencontrá-lo e volta frustrada. A menina não consegue se livrar do buraco que ficou pela ausência de seu broche.

Como sempre adorou fazer compras naquela loja, ela volta lá outras vezes, mas agora, a cada vez que volta tem uma esperança de reencontrar aquilo que tanto lhe faz falta. Tenta continuar sua rotina sem que isso interfira, então olha os vestidos, as jóias, os sapatos e tudo mais q tem na loja e depois sai de mãos vazias e desapontada porque nada lhe agradou. Mas no fundo ela olhou para tudo e nada viu, pois sua cabeça e seu coração estavam, mesmo sem se dar conta, ainda buscando o broche perdido. Ou então até via algumas coisas que lhe agradavam, mas tinha um medo de se apegar, pois tinha a certeza que poderia perder algum dia, assim como havia acontecido com seu broche. Não se achava mais capaz de guardar sem perder nada de que gostasse.

Chega em casa chateada e reclamando que não tinha roupas ou sapatos ou jóias.

Como conseguir parar de buscar nos vestidos, sapatos e jóias um broche que não tem mais volta? Como deixar a ansiedade e a angústia de lado?

Essa menina está, como Prometeu, acorrentada sendo torturada, de modo que a cada vez que busca nos vestidos um broche é como se seus órgãos estivessem sendo devorados por bichos (a dor de mesma intensidade, mas numa dor emocional e não física). Como se desacorrentar e se livrar dessa tortura rotineira?

Renata Cunha
Enviado por Renata Cunha em 08/01/2013
Código do texto: T4072935
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