Uma confusão sinestésica

Tudo estava escuro. A dor que ele sentia era muito forte, era difícil respirar com o peito apertado, sentia que poderia morrer a qualquer momento, tudo conspirava contra ele, lembrou de suas aulas de literatura, filosofia e de Schopenhauer, seria ele um pessimista desiludido? Não, apenas mais uma vitima do amor. A multidão o assustava, tudo era estranho e vazio. Ter quebrado a perna não seria tão doloroso... A dor é sinuosa e continua, mas ele é forte e persiste. Um dia ele acordou sem ter se lembrado dos sonhos que o assombravam, talvez os ventos perigosos estivessem passando, as borboletas já não eram mais vistas da janela, o sol brilhava lá fora, e um cheiro nostálgico dominava o ambiente, um cheiro de terra molhada e café. Ele sorriu e uma lagrima escorreu do seu rosto, então ele percebeu que tudo tinha valido a pena, cada dia, cada segundo. Um novo dia começou e a primavera reinava, seu caminho estava claro agora. Descalço e livre ele caminhou.

Diego Pereira
Enviado por Diego Pereira em 06/01/2013
Reeditado em 08/01/2013
Código do texto: T4069825
Classificação de conteúdo: seguro