História de Dom Eduardo.

A HISTÓRIA DE DOM EDUARDO.

Contada por dona Gertrudes.

Do livro escrito por Honorato Ribeiro.

Havia um jovem que se chamava Dom Eduardo e cantava divinamente bem acompanhado com sua viola. A princesa, filha do rei, ficou apaixonada por ele e queria se casar com ele. Um dia, à noite, ele pegou a sua viola e começou a cantar. O rei ouviu e ficou encantado com a voz do rapaz e chamou a filha. A história é toda cantada e contada. Porém, aqui eu escrevo e narro sem a partitura. Foi assim o chamado do rei à sua filha Solinda:

Ó minha filha, venha ver,

Venha ver que canto real!

Ou é um anjo do céu, Solinda,

Ou é a sereia do mar.

A filha Solinda respondeu cantando:

Não é um anjo do céu

E nem a sereia do mar.

É o senhor Dom Eduardo, Solinda,

Que comigo quer casar.

O rei quando escutou a filha falar, cheio de ódio respondeu para a filha:

Se eu soubesse de certeza

Eu mandava o matar

Com sete carros de lenha, Solinda,

Eu mandava o queimar.

Ao ouvir o que o pai tinha dito, imediatamente Solinda correu e foi avisar a Dom Eduardo:

Vai se embora Dom Eduardo,

Que meu pai quer lhe matar;

Em prazo de sete anos, Solinda,

Espera a princesa lá.

Então ele foi embora para não ser morto pelo malvado rei. Sete anos se passaram e a princesa foi ao encontro do seu Romeu, Dom Eduardo. Mas ao chegar à cidade onde ele morava, foi à sua casa e o encontrou já casado e com filhos. Ele não acreditou nela e por isso não a esperou casando-se com outra. Quando ela viu que ele já era casado, perdendo, assim, a sua esperança, caiu no chão e morreu. A esposa disse a Dom Eduardo:

-Dê um beijo nela, talvez ela volte à vida. Ele abaixou-se e a beijou, mas caiu morto também.

Houve, então, o funerário dos dois e enterraram numa só sepultura. Plantaram dois pés de flores: dália e margarida. Elas iam crescendo, crescendo até que em cima se abraçaram formando um arco cheio de flores. Assim acabou a história de Dom Eduardo e a princesa Solinda.

Muita gente foi ao cemitério ver a sepultura daqueles que amaram e continuaram amando-se e transformando em rosas se abraçaram para a eternidade.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 03/01/2013
Código do texto: T4065807
Classificação de conteúdo: seguro