CONHECI MINHA MÃE
Da janela do meu apartamento
Vi o porteiro forçar um impedimento
De um alguém que dizia querer me visitar
E lá no portão daquela gurita
Ouvi a voz de uma mulher aflita
Falava meu nome e insistia em querer entrar.
Mas que de pressa fui até a portaria
Para saber o que realmente havia
E conhecer de quem realmente se tratava
Sei que era uma catadora de papelão
Que queria entrar naquele portão
E uma estranha historia para o porteiro contava.
Resolvi ouvir aquela mulher com atenção
Pedi para que abrisse o portão
E me contasse aquela história direitinho
Com a voz tremula pela emoção que sentia
Queria me contar já a tantos dias
O quanto ela sofreu para encontrar esse filhinho.
Foi por uma triste fatalidade
Que expulsaram ela de sua localidade
Até xingaram e chamaram ela de vagabunda
Mas tarde soube que eu estava num orfanato
E ela sem lar e foi muito chato
Estava se tornando uma mulher imunda.
Até que um dia conheceu alguém na rua
E deu mais sentido na vida sua
E ela foi encontrando forças para lutar
Um dia esse seu companheiro morreu
E disse que seu motivo agora é eu
Por isso nunca cansou de me procurar.
Disse a ela o que fiquei sabendo
Que minha mãe hoje não esta mais vivendo
Por isso nunca com ela eu tive contato
Vejam só como mentiram e foram ruim
Quando ela me mostro uma foto para mim
Vi que se tratava do meu retrato.
Mas que depressa acolhi em meu apartamento
E vi que era real todos os seus esclarecimentos
E eu pude entender toda a sua historia
Tirei ela daquela vida cruel e tirana
Vi nela uma mulher humana
Infelizmente teve uma triste trajetória.
Ela me explicou tudo timtim por timtim
Tudo o que fizeram com ela afastando de mim
Como se usaram ela só para mim existir
Mas não sei porque num orfanato fui internado
Como se eu fosse um filho enjeitado
Juro mesmo que isso não posso adimitir.
Ela disse que como catadora de papelão
Não desistiu de fazer sua investigação
Até descobrir onde eu vivia
Depois de descobrir meu paradeiro
E saber que era o seu filho verdadeiro
Veio em busca da minha companhia.