Protesto de Deus

Protesto de Deus

Não é esta aí, a natureza que eu quis.

Que tomba indefesa, perdendo a beleza,

Trazendo a tristeza, na terra que eu quis.

Não é esta aí, a terra que eu quis,

Desfeita em pedaços por grandes ricaços

Por mãos criminosas do homem que fiz.

Não é este aí, o homem que eu quis,

Que vive oprimido, que anda perdido,

Que cai abatido no mundo que eu fiz,

Será que eu falhei?-- Me digam vocês!

Será que eu pus muita água no mar?

Será que o calor do meu sol a queimar?

Se acaso é assim, perdão, eu errei!

Agora eu lhes digo o mundo que eu quis:

As estrelas não brigam o sol não se afasta,

O mar não soçobra na terra que eu fiz

Agora eu lhes digo á terra que eu quis:

Sem ódio, sem guerra sem tanta injustiça,

Que fere meu filho, o homem que eu fiz.

Agora eu lhes digo o homem que eu quis:

Um homem liberto, fraterno e aberto,

Fazendo da vida um canto feliz.

Será que eu falhei sendo bom demais?

Será que o amor, a justiça e a paz,

Não vale mais nada neste mundo meu?

Se acaso é assim PERDÃO EU ERREI

Lício Guimarães
Enviado por Lício Guimarães em 29/12/2012
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