Conto: A Física e o Designer

Ela estava distante de si mesmo. Algo a segurava para ir buscar nas profundezas de seu ser o momento para se abrir para aquele que iria dizer EU TE AMO.

estava "escaldada" de tantas tentativas frustadas. sempre encontrava homens que insistiram várias vezes em dizer o quanto a amava, mas antes de lhe levar para a cama. ela gostava da maioria das transas. Ela tinha tudo que os homens desejavam. era simpática. bonita com um ar de lerda. mas só enganava. era craque em física quântica. mas tinham uma sabedoria que ia além dos conceitos físicos. ela tinha uma perspicácia fora do comum. sabia ler a pessoa só no tocar. coisas de energias se equilibrando.

mas se cansara de tantas tentativas e erros. já havia se passado muito tempo desde o último romance. foi meio uma novela mexicana. havia muito ciúmes e possessividade. o sexo era excelente. ele era bom de cama. transavam olhando nos olhos. ela sempre chegou ao clímax com ele. apesar de tudo ele era gentil e tinham boas prosas. gostavam de sair nos botequinhos mais simples, apesar de terem condições de frequentar bons restaurantes. pediam sempre a mesma coisa. uma cervejinha e lá no final das contas arrematavam com um tira gosto. gostavam de ficar proseando nas filosofias da vida. ele tinha algumas crises existenciais. queria sempre saber o motivo de se estar vivo neste oceano de sofrimentos. ela sempre tentava explicá-lo que a vida era assim mesmo, um pouco sem sentido. que na visão dela a vida servia para beneficiar os outros. que assim todos mundo seria feliz. era contra o egoísmo.

depois de 7 anos longos de namoro, tinham iniciado ainda adolescentes, a relação que chegara ao fim devido ao desgaste. ele queria muito casar. já tinha se formado. era designer de interiores. projetava sofás e camas. lindíssimas. havia juntado uma grana e já comprara os móveis e eletrodomésticos. o casa não era problema. herdou dos pais falecido em acidente de carro.

ela havia se assustado muito com o pedido dele inesperado. foi meio romântico. aconteceu numa praia meio deserta. a noite. ela disse logo de cara que não queria. pretendia aproveitar e conhecer melhores as "gostusuras" da vida mundana. queria beijar mais homens e ter outras experiências sexuais. ele era seu único homem até então. assim o namoro se encerrou naquela mesma noite. ele entrou em deprê e ela com uma sensação de vazio.

assim se afundou nos estudos e subiu na hierarquia acadêmica. ficou reconhecida como uma professora competente que tinha uma certa dose de mistério. suas aulas eram hipnotizantes. todos os alunos ficavam sempre atentos e em silênico. essa fato era muito incomum entre os professores. alguns tinham ciúmes.

acabara de iniciar um novo ano letivo. passara as férias fazendo um tour na europa, mais especificamente na Suíça. começou meio de curiosidade um método holístico de entender a física. era como se fosse uma explicação do início do surgimento da matéria, que de início não tinham nada.

assim ela voltou mais integrada devido às suas vivências neste workshop. estava bem. sua beleza estava irradiante no simples. seus olhos simples brilhavam. sua visão para o mundo havia mudando radicalmente. olhava as coisas com integridade e completude. aquela busca pelo amor de sua vida esgotou.

a tarde foi a padaria fazer um lanche. sentou-se e fez o pedido. olhou para o lado. ali estava ele. o primeiro namorado. também havia se transformado. era um homem. pegou o telefone e amaram-se.

Raphael Prisma Celeste
Enviado por Raphael Prisma Celeste em 18/12/2012
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