O Preço - Cap.1
Então Alice acordou, estava de baixo do seu piano, ela adorava dormir em baixo do seu piano da sala enquanto alguém o tocava, fazia ela se sentir mais calma, só que ela era a única que sabia tocar...
Alice era uma jovem garota, que adorava compor para si mesma sobre suas loucuras, coisas que ninguém mais acreditava, nem ao menos ouvia. Impulsiva e sonhadora, cujo tinha medo do pai Jones, um veterano de guerra que jurava que existiam soldados atrás dele apenas para matá-lo, ele tinha cicatrizes pelo corpo e uma arma numa gaveta da sala, ele pensava que Alice não soubesse da existência da arma, mas sempre dizia que “mais protetora do que uma arma, é uma arma vazia”. Alice nunca soube direito o que ele queria dizer com isto, ela o chamava de louco...
Ela se levantou, e encontrou uma carta de seu namorado, era comum ele escrever cartas pra ela, ele sempre comentava que não queria acorda-la, então deixava apenas cartas em cima do piano. Mas dessa vez não era nada romântico, ele terminou o namoro, simplesmente terminou.
Jones entrou na sala e encontrou sua filha chorando, mas não disse nada, era normal. Então ele apenas pegou suas coisas, e foi a caminho da porta. Alice pensou que era mais uns dos seus devaneios, mas não, leu a carta varias vezes e tinha certeza que era um termino.
- Mamãe estaria preocupada comigo! – gritou Alice, para o pai que estava quase saindo de casa – Ela iria ao menos perguntar o que aconteceu! – mas Jones não deu atenção, e saiu de casa sem ao menos olhar para trás, o que deixou Alice mais triste.
Então ela apenas sentou no banco de seu piano, e começou a tocar, vasculhava em sua memória as musicas mais tristes que ela sabia tocar. Alice nunca soube o que realmente tivera acontecido com sua mãe, mas sentia saudades, foi ela quem a ensinou a tocar, mesmo não pessoalmente.
- Aonde você foi? – Disse Alice para teu pai quando ele voltou, que apenas a olhou sem dizer nada, como sempre o fazia – Por que você nunca me responde?!
- Alice... – Disse Jones, totalmente calmo, a indiferença dele a deixava mais brava.
- Mamãe se importaria! – Gritou Alice, que ficava mais nervosa – Você mal se lembra dela! – Pela primeira vez Alice reparou que seu pai foi um pouco atingido por aquelas palavras.
Jones pensava que aquilo era apenas mais uns dos devaneios de Alice, exatamente como a sua esposa tinha, então apenas ficou olhando, esperando passar. Mas Alice correu para a sua gaveta e tirou de lá a arma que Jones guardava, mas ele continuou apenas olhando.
- Mudamos a verdade para concretizar as nossas lógicas, não é isso que você sempre me dizia pai? – Falou Alice, já não conseguindo segurar o choro, estão ela destravou a arma e colocou contra a cabeça.
- Lembre-se de mim pai! – Gritou Alice.