É DA NATUREZA DOS TRAIDORES NÃO CONFIAR EM NINGUÉM...

Os traidores se uniram para celebrar a vitória de suas ações. Alegres, se reuniram em um lugar secreto. Debocharam da vítima de suas ações perversas. Riram de como o traído fez exatamente o que eles sempre quiseram. Louvaram a inteligência da tática, pois a traição mais elaborada é aquela que não deixa um rastro de escândalo atrás de si. Destruíram quem quiseram, e surgiram na história como gente boa.

Chegaram até a solidarizar com o que foi atraiçoado.

Um dos traidores abriu um pacote. Trouxera um bolo para a celebração zombeteira.

O outro, uma garrafa de vinho. Iriam brindar.

O que trouxe o bolo cortou um pedaço e entregou ao outro: coma!

O outro encheu uma taça com o vinho e ofereceu: beba!

Um bebeu, alegre. O outro comeu, contente.

O que bebeu o vinho, em questão de segundos, começou a sentir dor. Percebeu que estava envenenado.

- Por quê? - Perguntou entre um gemido e outro.

- Sabes o que fiz. Como podia confiar em ti, se és um traidor compulsivo? Vais morrer. E junto contigo o segredo de nossa traição!

O envenenado, mesmo sentindo fortes dores, sorriu.

- Disseste bem. Sou um traidor compulsivo.

Nesse momento, o outro sentiu-lhe o peito arder. O coração parecia querer saltar para fora. Uma baba branca escorreu de sua boca e ele só pôde gritar:

- Desgraçado!

Os dois traidores morreram quase juntos.

É da natureza dos traidores não confiar em ninguém...