Conto: A BUSCA
Ele, ainda menino, sete anos. A mãe o tratava como um bonequinho. Ken. maridinho da barbie. fazia terninho sob medida. ela era pobre. via no marido uma ascensão social. os pais moravam com os pais dos pais. ela ia à missa todos os domingos. era meio ridículo. aparecer de terno e gravatinha. era um ET. só que ele não ligava. estava ali para uma visitinha a Jesus. não entendia como um homem podia ser Deus na terra. ainda em tenra idade sabia que todos poderia ser Deus. se aquele homem que andava de saia e fazia alguns milagres e dizia coisas bonitas era Deus e morreu, então Deus morria ou havia algo estranho nesta história que contavam na missa. se deus nasce e morre, então ele é impermanente. aquela cabecinha já começava a questionar o status quo. Queria achar um Deus que estava além do nascer e morrer.
queria achar um deus que não fosse o criador. ora, se deus cria algo, quem criou o criador??? queria um deus que não fosse nem pai, nem rei. o pai havia morrido e o rei estava deposto. descendo a rua, cabisbaixo, pensou: será que a vida se resume a cagar, comer, dormir e trabalhar??? assim, ele se esqueceu. cresceu no meio de uma família meia louca. eram ricos mas viviam como pobres. uma contradição. católicos fervorosos. até construíam igrejas. Foi assim. cresceu anestesiado. não sentia mais nada. emoções eram gotas num rio. queria ter poder. queria ser reconhecido na sociedade. ser importante, temido, admirado. não reconhecia as mulheres. eram apenas um objeto a ser usado e descartado. e aí foi vivendo. mas ele não sabia que a VIDA era VIVA. a VIDA era seu guia. A VIDA nunca se esquecera daquele menino ansioso pela VERDADE em sua total profundeza. decepções. rompimento com a família. doença, bipolaridade. mania depressão. ruína financeira, separação dos pais. perda de fé na própria vida. não sabia a quem recorrer, afinal nem mais sabia que era DEUS. Bebia, fumava, mas nada aquilo lhe viciava. seu vício era apenas se encontrar. fundo do poço. desesperança. alguém lhe estende a mão. pega essa mão sem olhar para o rosto. surpresa. era seu pai, biológico mesmo, ele nunca esquecera o filho, mesmo que este tirara seu sobrenome. mesmo que o renegara várias e várias vezes. como doía, receber a mão daquele que desprezou. foi acolhido. Era o filho pródigo. Que felicidade. A família celebrava a sua volta. quer dizer: celebrava em seus corações. em momento algum deram aquele filho por perdido. começou com ENEAGRAMA. alguns chamavam de bruxo aquele mestre amoroso. Claudio era seu nome. pensou. se Deus se parece com alguém na terra, esse cara me lembra ele. Era um mestre. mestre de si mesmo. apenas um mestre pode levar seus discípulos à maestria. Aprendeu a sabiamente reconhecer o próprio corpo com algo sagrado. se Deus morava em algum lugar, o santuário serio o coração. Logo conheceu outros seres ILUMINADOS. Foi iniciado por uma mulher (a própria deidade) ao caminho secreto e sagrado. Ver os outros como sagrados. ver a tudo e a todos com pureza. ver a terra como a terra pura de DEUS. Assim, reconheceu a sacralidade da família de origem, mas saberia escolher o que lhe serviria nesta família. Desta forma, simples e mundana está no mundo sem ser parte dele. não mais se identifica com essa matrix. Agora ele está em Zayon, escrevendo cronicas e contos no face book. Prepara tb uma peça de teatro. FIM.
bjs a todos os seres. Que todos sejam felizes por completo.!!!!!