Capítulo 7

No beco da apostasia...

Havia certo tom vago nos autores da causa. Imputar um homem por tamanho susto é verificar a sangria do poder corrompido. Ítem muitos. Sereias surgiriam por entre algas malditas, apontando medo através do colorido esplêndido. Pois até a água pode ter o dom do inferno.

Louvar sempre a ternura da água. Distante do fogo. Reprimindo assim a facilidade do facinoroso pela prontidão da benignidade. Havia provido o mundo da nova realidade através da nova existência cuja origem saciava o antigo espanto. Para novo espanto, repetia, mudar a causa dos trabalhos. Palavrs que serviam para guarnecer de espinhos a entrada nesse novo mundo. Sobre a gratuidade? Ora, gerencia-se conforto através de gerência. È impossível ser sapiens com erros brutais de gerência no processo admnistrativo obsoleto. Uma visão nova deveria compor o ajuste para o que está fora de controle.

O tempo passará ileso na escuridão homogênea das decisões precipitadas. Poderão herdar, mesmo contrafeitos, pois foi o primeiro homem a capturar, compreender, perder a visão para a nova dimensão, acidentalmente visível, porém logamente imaginada, descrita, sonhada. Sideralmente detida em signo. Animal marinho...

Sereias existem.

Modificaria o modo de pensar, comer, vestir, tratar e até distratar. Como se todos os homens da face da terra fossem engolidos pela ampliação do espaço grudento de certa camada ampliada de inconsciente... Seria diferente até mesmo o modo de fazer as coisas: agricultar a terra até despir a solidão humana; vegetar nas horas de folga, recuperar a paisagem boa da esperança através do brilho remoto das estrelas, conciliar dualidade com afeto contemporizador, emergir da vitória pelo trabalho além do equilbrio dos que não operam, mas vivem como devem viver as algas no mar. Triplicar oportunidades do ser humano para provimento da condição plena de criaturas sábias como sendo de fato sábias. Sem necessidade de qualquer alcunha.

Ocorre que imperava certo vício de se ter o novo apenas como sistema elaborado, além do que, cercado de especuladores por todos os lados. A loucura talvez fosse um castigo com desvio para a vitória fácil. Sujeito diverso daquele que por familiaridade dispõe de toda verdade humana. Pronto para compreender o peso da novidade no cenário competitivo. Os velhos marinheiros riam dele: Antes um signo, agora a mais nova concorrente do arenque.

Fictício e contrafeito procurou a primeira parte das coisas boas e honestas que consiste em triunfar o orgulho sobre o artifício. No fundo toda criatura ao descobrir espera algo anunciado, pronto para venerar agradando como o cântico que vai para dentro. Novamente a benemerência triunfava: buscar a verdade pode soar como ofensa ou próprio da verdade inútil. Certas verdades são tão inúteis quanto uma tempestade furiosa que passa. Talvez merecesse as ações de graça das tímidas insolentes... Vivarachas dançarinas de seu passatempo sensual seguido de loas, agradecimentos, obséquios pavoneados liberalmente como quem percebeu sem chegar lá a aridez inteira da lua pela Lua Cheia. Temeu sempre a lua os grandes dragões que desapareceram inteiramente antes de lhe atingir o desprezo seco.

Os amigos jamais poderiam julgar o fato senão como “delírio possuído” , opositivo a felicidade alheia! Quando muito compreendiam um pouco de retórica, oratória atlética... E como parece sempre surtir maldade aos que procuram lucro sempre congratulando enganos: a criatura in vulgar era sereia "vetusta". Capturada no mar gelado sem estar doente. Nenhuma ferida nas escamas lúcidas e híbridas. Nem os ventos, nem as ondas, nem as correntezas malignas da fúria aquática; desobecendo as abissais forças propulsoras do equador, poderiam modificar agora o acontecimento. Perdera o rumo feita de outros rumos graças a visão sublime que vinha de cima. Visão para o qual entoou cânticos de sucessos passados. Quando o cansaço faz as vezes de comediante é porque o repouso será pesado demais como o retorno em condições de ternura. Pois acabou em fúria na rede pelo rasto do sonho.