O milagre da Acácia Cor de Rosa - Conto real
Quatro pessoas alicerçaram minha vida e durante ela alçaram altura para constituírem-se pilastras do meu telhado. Uma delas, um tio que começou a participar da minha vida quando a família morava em uma fazenda distante da cidade e dei sinais para abrir passagem e sair do ventre da minha mãe. Ele correu até a cidade para buscar o único médico e voltou para dizer que os vizinhos noticiaram: o doutor tinha viajado.
A outra pilastra, meu pai-avô, que o fez voltar para trazer uma parteira , que residia ainda mais distante; ensinou o caminho e meu tio fez outro caminho de volta à cidade. Finalmente, depois de muita força, teimosia e determinação, empurrei os pés e nasci diferente da maioria. A cabeça foi a última a aparecer. Talvez por isto seja uma mulher do tipo emoção –sentimento – razão; nesta ordem.
Hoje,o meu tio estaria aniversariando, mas não festejamos aqui. Há quase dez anos ele festeja sua volta ao verdadeiro lar, no plano espiritual.
Mas vamos à história da árvore: no passeio de casa há uma Acácia cor de rosa que nos oferecia galhos de flores em forma de Y ; meu tio adorava-a e, durante a floração, ele gentilmente, cortava o galho no encontro do Vértice e o colocava no pescoço, seguro na nuca. Saía para sua caminhada com o galho que quase alcançava sua cintura, alegre como uma criança.
Pois bem, desde a sua partida a Acácia não floresce, a aparência é feia, as folhas mudaram para um verde sem vida. Estava certa de que ela estava morrendo. O jardineiro e algumas pessoas que passavam emitiam a mesma opinião.
Lembrei então que a minha avó costumava dizer que, quando uma pessoa da casa está perto de “morrer” a árvore assinala, morrendo primeiro. Porém, no coração, eu sabia que a árvore estava morrendo de saudade. Pedi a ela, no início do mês que me desse uma flor, só uma, ou só um galho, já que desde que o amigo dela partiu, ela não floresce. No dia 13 olhei para cima e, no meio daquelas folhas empoeiradas e com aspecto de mortas vi uma pequenina flor. Ontem, vi mínimos botões grudados no galho e hoje pude fazer fotos com zoom e com o coração aos saltos.
Quem me conhece ou conhece o amor por seres não humanos vai saber ou imaginar o que senti e o que estou sentindo até agora, depois que vi a “nossa” Acácia rosa recomeçar. Talvez não me ofereça galhos em Y enormes como antes, mas o que está lá já me fez agradecer a Deus . Hoje é o aniversário dele, ela o presenteou e estamos felizes.
Imagem: Um zoom na flor e brotos da Acácia, por mim - 15/11/2012
Quatro pessoas alicerçaram minha vida e durante ela alçaram altura para constituírem-se pilastras do meu telhado. Uma delas, um tio que começou a participar da minha vida quando a família morava em uma fazenda distante da cidade e dei sinais para abrir passagem e sair do ventre da minha mãe. Ele correu até a cidade para buscar o único médico e voltou para dizer que os vizinhos noticiaram: o doutor tinha viajado.
A outra pilastra, meu pai-avô, que o fez voltar para trazer uma parteira , que residia ainda mais distante; ensinou o caminho e meu tio fez outro caminho de volta à cidade. Finalmente, depois de muita força, teimosia e determinação, empurrei os pés e nasci diferente da maioria. A cabeça foi a última a aparecer. Talvez por isto seja uma mulher do tipo emoção –sentimento – razão; nesta ordem.
Hoje,o meu tio estaria aniversariando, mas não festejamos aqui. Há quase dez anos ele festeja sua volta ao verdadeiro lar, no plano espiritual.
Mas vamos à história da árvore: no passeio de casa há uma Acácia cor de rosa que nos oferecia galhos de flores em forma de Y ; meu tio adorava-a e, durante a floração, ele gentilmente, cortava o galho no encontro do Vértice e o colocava no pescoço, seguro na nuca. Saía para sua caminhada com o galho que quase alcançava sua cintura, alegre como uma criança.
Pois bem, desde a sua partida a Acácia não floresce, a aparência é feia, as folhas mudaram para um verde sem vida. Estava certa de que ela estava morrendo. O jardineiro e algumas pessoas que passavam emitiam a mesma opinião.
Lembrei então que a minha avó costumava dizer que, quando uma pessoa da casa está perto de “morrer” a árvore assinala, morrendo primeiro. Porém, no coração, eu sabia que a árvore estava morrendo de saudade. Pedi a ela, no início do mês que me desse uma flor, só uma, ou só um galho, já que desde que o amigo dela partiu, ela não floresce. No dia 13 olhei para cima e, no meio daquelas folhas empoeiradas e com aspecto de mortas vi uma pequenina flor. Ontem, vi mínimos botões grudados no galho e hoje pude fazer fotos com zoom e com o coração aos saltos.
Quem me conhece ou conhece o amor por seres não humanos vai saber ou imaginar o que senti e o que estou sentindo até agora, depois que vi a “nossa” Acácia rosa recomeçar. Talvez não me ofereça galhos em Y enormes como antes, mas o que está lá já me fez agradecer a Deus . Hoje é o aniversário dele, ela o presenteou e estamos felizes.
Imagem: Um zoom na flor e brotos da Acácia, por mim - 15/11/2012