Impenetrável
Foi assim... De repente ela fechou os olhos...
Não quis lembrar o passado, pensar no futuro, nem encarar o presente.
Simplesmente fechou os olhos e entregou-se ao delírio inconsciente e inconsequente...
Ignorou tudo e todos. Ignorou a sim mesma.
Flutuou no espaço imaginário criado, momentaneamente, por sua mente doentia. Imobilizou-se e ali ficou... estática... imperturbável... inatingível.
Séculos se passaram, ou foram segundos? Não saberia dizer.
Ao longe, muito longe, ainda podia ouvir o ronco dos motores dos carros que passavam pela avenida. Tudo tão distante que não fazia mais sentido.
Isolada como estava em sua impenetrável insensatez, não ouviu que a chamavam... Ignorou mais uma vez os apelos daqueles que diziam, amá-la.