Quado - O Tempo - Maurilio Gabaldi 1990

ODISSEIA DO TEMPO

 
     Em passos brandos caminha o silencioso tempo a observar as vidas, das pedras, pássaros, árvores, flores e átomos a se transformarem.
    No silêncio de gritos calados, sons em agonia emergem vozes antagônicas e paradoxais, contudo o tempo só observa, não camufla os sentidos, concede o tempo necessário para a guerra e para paz, para a ação e a reação.
    A terra roxa, as plantações, os rios, em contratempo a poluição, a superpopulação, o preço do progresso, a inércia. Passa , passa,destroem, recomeçam, evoluem, passos, passam pelo passado, e o tempo em seu compasso do relativo futuro, agora inseguro, seguro na mão de Deus, passo por passos que não são teus, da decadência ao apogeu, passa tempo, passatempo, tempo que passa...
     A chuva, o vento, a semente e a cria, o profeta e a utopia, a tempestade e a calmaria, as lágrimas e os risos, a desilusão e a esperança, a loucura e a sanidade, o ódio e a piedade, a doença e a cura, leva leve a procura, passa tempo pelas ruas...
     Tempo que vive sem tempo, que não têm uma só morada, tempo, templo de muitas guaridas, no cosmos em sempiternas formas de ida, tempo, constante tempo, peço a ti que dê a todos melhores vidas, tempo, querido tempo que por hora faz parte de minha vida!

 
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guilherme arantes nave errante


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