O Princípio da Criação do Mundo
Quem é Deus, afinal ? Criador, Rei, Guerreiro, Santo, Salvador, Homem, Espírito...
Deus existe desde a eternidade, provém, oriunda e habita no espaço sempiterno da eternidade.
Nos primórdios, antes da fundação do mundo, antes da sua criação, ou seja, quando Deus era o único, o ser Vivente, O Eterno se sentia completamente solitário.
Ele habitava acima de toda zona de escuridão, que um dia Ele mesmo transformou em Universo, em cujo espaço fez existir corpos celestes como as estrelas, os astros e os planetas e, assim, Deus se concebeu o Altíssimo, pois deu ao espaço vazio e à mais densa escuridão a luz e o brilhantismo que não havia no meio do nada.
O Deus se entendia como ser dono da perfeição e da plenitude, apesar disso, Ele preexistia aos séculos, caminhando e viajando por entre as estrelas no Universo.
Deus criou anjos, espíritos de luz, semelhantes a Ele, deu a cada um deles um nome e uma função; todos eram tidos por Ele como criaturas feitas para servi-Lo e adorá-Lo.
Nos céus, haviam legiões de anjos, cujo líder nomeado por Deus se chamava Anjo Lúcifer, a quem o Altíssimo achou graça de luz e fé diante dos santos anjos, dando-lhe o nome sublime de Estrela da Manhã e poder para comandar todas as hostes celestiais. Ele era a mão de Deus. Alguém tido como o Filho de Deus.
Naquele tempo, Deus proclamou o mundo maravilhoso que pretendia fazer para a Sua futura criatura, o Homem, ao qual Deus declarou herdeiro de toda a Criação, para que O louvasse.
Assim, Deus determinara aos seus anjos de luz, sob o domínio do arcanjo Lúcifer, que, toda a legião fosse perscrutar toda a plenitude do Universo, a saber fazendo com que os anjos viajassem por lugares, em galáxias distantes, a fim de que fôssem buscar as matérias tão raras para fabricar o corpo humano, mas também, os ingredientes da alma humana, enfim, foi uma busca dificílima, porque era um dever, uma tarefa dada aos anjos, seres inferiores a Deus.
Ao longo da viagem, os anjos voavam sentindo grandioso enfado. Alguns deles sabiam do arriscado sacrifício que estavam fazendo, uma vez que se distanciavam de Deus. À medida que prosseguiam nessa aventura, os anjos chegavam a encontrar lugares lúgubres e tenebrosos, desciam sentindo profundo medo, até choravam para não adentrar na escuridão, quando aterrissavam nos planetas sombrios sentiam que ali havia algo ou alguém aguardando para impedi-los de extrair a matéria primária para construção do corpo humano. Os anjos não podiam desistir e recuar, pois eles eram co-criadores com Deus acerca das coisas da Terra, bem como acerca da criação do corpo e da alma do homem.
A missão dos anjos era percorrer todo o cosmo, voando com suas asas, visando realizar inúmeras buscas, procurando a possível existência dos elementos da vida dispersos pelo Universo, a saber do cálcio, cuja coleta na galáxia Delta quase custou-lhes a vida; pois, na região onde estava o cálcio, circulava uma tempestade de puro granizo, cujos fragmentos caíam sem parar. Eles conseguiram o elemento, mas saíram daquele ambiente perigoso e rebarbativo numa azáfama perturbadora.
Alguns anjos choravam porque estavam de asas quebradas, outros diziam que não podiam voar mais. A solução encontrada foi uns carregarem aos outros anjos. Eles sofreram bastante para levar as primícias que Deus esperava pacientemente.
Quando os anjos contendiam com inimigos de outras áreas celestes,
o confronto sempre ocasionava ferimentos e perdas de asas. Nessas batalhas, os anjos sangravam muito, em razão de serem afligidos por ataques de dragões de dez chifres, cujo coração negro expandia-se em atrocidades, ao passo que sua mente maquinava combates cruéis. Mas os anjos santos os venceram quando Lúcifer vociferava contra o dragão, fazendo-o em pedaços.
Desde a eternidade, Deus criou Jesus, o Seu filho primogênito, para ser o Justo e príncipe do trono celestial. Jesus teria as mesmas qualida-des de um deus.
Os anjos O adoravam com cânticos, reuniam-se ao redor Dele para felicitá-Lo como a um Deus.
Entretanto, um belo dia Deus resolveu criar a noite no reino dos céus, e, então, Deus começou a fazer a noite, a escurecer o dia, fez a lua e a impregnou de intensa luz do sol; e mandou aos anjos que O seguissem para criarem as milhões e milhões de estrelas no Universo. Deus ensinou-lhes tudo sobre a criação dos astros. E os anjos criavam as estrelas com as duas mãos , e Deus dera a sua luz própria.
Deus criou a noite no céu e multiplicou as estrelas, organizou-as em constelações, para que houvesse consciência de que Deus que é luz, criou o Universo e fez-se presente nele.
Deus, que habita nas mais sublimes alturas, guardara todo o Univer-so dentro de uma sala lá no céu, e ela era cheia de escuridão. Ele encerrou misteriosamente os segredos de Suas obras.
Por causa da invenção da noite, Deus foi louvado de inteligente. Mas em virtude da criação da noite, Jesus ficou maravilhoso, muito enlevado como quem vê a noite perfeita pela primeira vez.
Os anjos do céu cantavam com grande amor ao deus pequenino, pois queriam que Ele rebrilhasse, ansiavam alegrá-Lo, demonstrando a imen-sa adoração pelo bendito de Deus e amável dos céus.
Jesus era o filho de Deus, a quem Deus fizera primogênito, cingindo-O com as primícias da perfeição da beleza. Ele estava sempre vestido de linho azul escuro pintado de estrelas brancas. Deus O fez pérola do Seu santuário; e prometeu-Lhe um grande reino.
Havia um enigma no espírito de Jesus, ao qual surpreendeu a todos os habitantes na esfera do céu.
Enigmaticamente, de repente, Jesus caíra dormindo... Logo os céus ficaram alvoroçados, aliás, queriam saber por que Jesus jazeu...
Apesar disso, ninguém soubera que Jesus havia entrado na sala do mais negro escuro, onde Deus guardara todo o Universo; Jesus entrou pela porta do céu, e viu que dentro da sala tudo brilhava e resplandecia na escuridão. Jesus ficara fascinado diante da multidão de estrelas. Tão encantado, Jesus pegou com o seu véu branco, perto duma altíssima nuvem, sete estrelas , e saiu dali empossando as sete estrelas, reluzindo nas palmas das suas formosas mãos... Jesus tocava as estrelas, deslindando-as com seu eterno amor. E, Jesus, finalmente, compreendeu o mistério de ser o Filho de Deus.
Ao conseguirem realizar o desejo do Deus Criador, os anjos retor-naram para casa, improvisando hinos para o Altíssimo. Desta feita, já era motivo para elaborar a fórmula da vida.
Então, Deus criou o homem e o mundo, fazendo-o por meio do seu entendimento, impregnando no homem a dimensão do Seu Espírito; e assim os anjos saíram de sobre a face da Terra, retornando ao céu, para realizarem a oferenda dos incensos a Deus.
Com o passar de dois mil anos, tudo parecia muito bem, mas infelizmente aconteceu uma rebelião nos céus, que resultou numa calamidade para a falange dos anjos; todos os anjos fiéis a Deus ficaram perplexos diante de tanta cobiça e revelia manifestada pelo arcanjo Lúcifer, o qual esteve furioso perante o altar do Altíssimo, querendo questionar-Lhe o por que de tanta servidão e submissão, já que os anjos eram filhos espirituais de Dele. No entanto, Deus não quis contendas contra Lúcifer, ao contrário Deus deu-lhe a chance de se arrepender desse pecado; ou seja, antes de o arcanjo Lúcifer tornar-se audacioso, Deus já compreendia e sabia o que estava no seu coração: uma semente de insurreição e a ambição de poder. Contudo, a sede de vingança e de poder do anjo Lúcifer aumentara cada vez mais, e então os anjos pressentiam algo estranho e formidavelmente assustador enquanto estavam oferecendo incensos e recebendo as supremas dádivas do Criador; muitos anjos adentravam no santuário, caminhando em direção à presença de Deus, subindo às escadas do altar santíssimo e fazendo suas orações de costume. De repente, ouviu-se um falatório diante do altar: era o arcanjo Lúcifer reclamando sobre as atividades que Deus, o Pai das luzes, havia lhe dado; e o anjo Lúcifer vociferou em cima do altar, dizendo: - Como me constituítes, ó Senhor, a vossa ordenança e líder dos vossos anjos, se ao menos não me outorgou o poder; antes me concedendo tão-só uma espada de arcanjo; como podes me amar sobremaneira? E subindo às escadas do santuário de Deus, indigna-damente, ergueu-se com desenvoltura, mostrando-se iracundo, e ferrenhamente O indagou: -Deus, que estais acima das estrelas do Céu, como podeis submeter-nos a tanto desamor e desventura, como a vossa sublime divindade não tenheis o menor apreço por vossas criaturas, nós os Seus anjos ? Logo, os anjos começaram a temer e se desesperar, pois não sabiam como Deus reagiria em face ao atrevimento do arcanjo insurgente no qual se transformou o arcanjo Lúcifer. A anjo Luriel ficou muito triste e pôs a prantear e derramar algumas lágrimas.