FESTA NÃO ACONTECEU
Seria uma linda festa. Salgados, bebidas, tudo nos conformes. Meu irmão o aniversariante. Estávamos no Studio Mosh o top de São Paulo e um dos melhores do Brasil. A alegria estava no ar afinal ele sempre foi querido por todos. Exatamente às 11 horas a telefonista pediu que eu atendesse ao telefone. Achei estranho, mas tudo bem. Minha querida sobrinha, com certeza vai passar algum detalhe para a festa, pensei. Tio como está meu pai? Respondi: Feliz. Cuida dele por mim não estarei presente, o vô faleceu. Uma pausa pairou no momento e pensei – agora entornou o caldo. Deixe comigo vou falar com teu pai, beijos.
Às 17 horas cantaríamos os parabéns. Chamei o produtor expliquei o acontecido que consternado concordou em cancelar a festa. Depois dessa noticia coube a eu comunicar meu irmão. Chamei-o à sala ao lado e sem muito preparo fui dizendo: Nosso pai faleceu. Olhar incrédulo franziu a testa, sabia que não era brincadeira. Levantou-se e nos abraçamos. Por questões familiares o clima entre eles não estava nos melhores momentos, apesar de se amarem demasiadamente. Não podia dizer o mesmo sobre o relacionamento entre eu e meu pai. Era um pouco distante. Digamos que tinha minhas reservas a respeito. Meu irmão soltou um palavrão e completou... Tinha que ser no meu aniversário? Talvez fosse a forma que ele encontrou pra que nunca se esqueça dele respondi.
Um filme passou em minha cabeça. Nossa infância. Suas lindas canções, músico e cantor amador, fã de Orlando Silva e Nelson Gonçalves, além de Dilermando Reis e Zequinha de Abreu. Lembrei quando meu pai brigou com um rapaz por minha causa. Das vezes em que me encontrava na saída do ginásio. De suas sonoras gargalhadas. Da morte de minha mãe e de seu ultimo casamento com uma mulher insuportável. A festa foi cancelada, passamos a noite no velório e no dia seguinte acompanhamos seu corpo a ultima morada. Encontrei-me com minha filha ainda no cemitério que ao me ver abraçou-me aos prantos, fato que emocionado não pude também conter as lágrimas. Tudo acabado. Aconteceu no dia 17/07/1997 no dia que haveria a festa que não aconteceu.
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BILLY BRASIL – 11-10-2012 – 16,40 HS – QUINTA - PQI-SBC-SP
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http://www.recantodasletras.com.br/autores/billybrasil
billybrasil11@gmail.com
Seria uma linda festa. Salgados, bebidas, tudo nos conformes. Meu irmão o aniversariante. Estávamos no Studio Mosh o top de São Paulo e um dos melhores do Brasil. A alegria estava no ar afinal ele sempre foi querido por todos. Exatamente às 11 horas a telefonista pediu que eu atendesse ao telefone. Achei estranho, mas tudo bem. Minha querida sobrinha, com certeza vai passar algum detalhe para a festa, pensei. Tio como está meu pai? Respondi: Feliz. Cuida dele por mim não estarei presente, o vô faleceu. Uma pausa pairou no momento e pensei – agora entornou o caldo. Deixe comigo vou falar com teu pai, beijos.
Às 17 horas cantaríamos os parabéns. Chamei o produtor expliquei o acontecido que consternado concordou em cancelar a festa. Depois dessa noticia coube a eu comunicar meu irmão. Chamei-o à sala ao lado e sem muito preparo fui dizendo: Nosso pai faleceu. Olhar incrédulo franziu a testa, sabia que não era brincadeira. Levantou-se e nos abraçamos. Por questões familiares o clima entre eles não estava nos melhores momentos, apesar de se amarem demasiadamente. Não podia dizer o mesmo sobre o relacionamento entre eu e meu pai. Era um pouco distante. Digamos que tinha minhas reservas a respeito. Meu irmão soltou um palavrão e completou... Tinha que ser no meu aniversário? Talvez fosse a forma que ele encontrou pra que nunca se esqueça dele respondi.
Um filme passou em minha cabeça. Nossa infância. Suas lindas canções, músico e cantor amador, fã de Orlando Silva e Nelson Gonçalves, além de Dilermando Reis e Zequinha de Abreu. Lembrei quando meu pai brigou com um rapaz por minha causa. Das vezes em que me encontrava na saída do ginásio. De suas sonoras gargalhadas. Da morte de minha mãe e de seu ultimo casamento com uma mulher insuportável. A festa foi cancelada, passamos a noite no velório e no dia seguinte acompanhamos seu corpo a ultima morada. Encontrei-me com minha filha ainda no cemitério que ao me ver abraçou-me aos prantos, fato que emocionado não pude também conter as lágrimas. Tudo acabado. Aconteceu no dia 17/07/1997 no dia que haveria a festa que não aconteceu.
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