Jantar??
Juntos jantamos e nem nos lembramos mais dessa noite especial. Já passou e não tens sentido o que passamos outrora. Foi tão curto o relacionamento nosso... Deveras inócuo. Súbito... Desacomodado!
Trespassamos como um vento que não incomoda; como um dia morno que não deixa lembranças...
Jantamos juntos. À meia luz, com uma leve conversa ao transpassado tempo, com sorrisos de lado; tudo se mortalizava, deixava passar o depois, mas não fazia muita diferença...
Jantamos, pois, à meia luz, no sereno de um tempo morno, já com o passar do vento sem dizer nada;
que momento esse, sem muita importância, que se faz tão presente em meus pensamentos? Jantamos, pois, que importa!
Já não era meia luz e tudo se fazia morno?... E tudo nem era especial... mas se faz presente ainda hoje...?? Como pode, assim, acordada mesmo, ter sonhos matinais com algo tão sem IMPORTÂNCIA????
Pois, depois do vento, dos sorrisos tortos, da vaga lembrança da temperatura,
me dedico a um pouco de sentimento...
Por trás de tudo isso, a bater dentro do peito, o interno, a fervilhar
e, sem mais nem menos sem que se espera expressar, aparecia um sorriso de lado sem graça de aparecer, e se achou muita expressão, misturada com outras, inconscientes.
Deveras não bebemos muito... só um pouco de suco, daquele que estava até um pouco quente! Não importava, só o sorriso se estribuchava, [discreto], com ar de que já é muito.
Porque esse enorme limite? Porque barreiras passam em frente a janelas imensas, a fervilhar escondidas? O que se faz dessa porta, talvez emperrada que nem de mortalha já crê seus andaimes?
Passou... e já foi muito! Nem me lembro mais do que conversamos... e nem pra quem escrevo essa carta. Apenas sinto o fervilhar escondido, perpassando por dentro. Meio a perambular em qualquer lugar. Como um vento morno que não faz diferença, como uma luz leve que vai diminuindo...