FALÉSIAS

Passeando pela vida ao lado da tranqüilidade, espalhando sorrisos como grãos de areia, sentindo a calmaria do mar na alma. Derramando saudade esperando por palavras doces.

No meio de olhares despidos, olhares despretensiosos construindo sonhos em meio a promessas silenciosas.

Amanhecendo, entardecendo e anoitecendo simplesmente

Fechar os olhos e ter ao pé margaridas; pertencer a um sentimento que permanece em outro tempo. Que recomeça aqui e agora, desde que deitei meus olhos em ti.

Senti que já lhe conhecia de outras vidas. Temos muitas coisas em comum... A começar pelo desejo; ele é uma duna a crescer nos nossos corpos que ardem.Areia com sede de chegar ao mar. Quando me tocas, sou noiva dos teus dedos, meu corpo é aliança dos nossos segredos.

Gosto de imaginar que é um pelicano-crespo à sombra de um choupo,repetindo o ritual do amor quando abres os olhos para o rio, num cortejo de pestanejares tão seus que se tornam nossos. Nessa fração de segundos. -porque te imagino lá.- , a soltares as asas e as sonhares com aquilo que cala entre as penas.

Febre. Só pode ser febre este calor que me invade. Quando te ouço a passar pelo meu corpo mesmo estando longe. Sou uma ponte intercalada entre o que sou e o que serei

Se um dia um relâmpago cair, serei percorrida pelos estilhaços. Mas encontrarei refúgio entre dois passos, os que dei e os que darei.

No meio é onde me encontro, pendurada nos alicerces das palavras que um dia ousarei dizer:

- Você é a minha vida, meu amor! Quero ficar contigo sempre... Aceita?

Eu estarei aqui neste mesmo lugar que me alimenta - o nosso lugar - na certeza de uma hora marcada pelo destino. Sentirei tua resposta como pétalas que caem e se transformam em gotas douradas que iluminará o meu interior.

Cai sobre mim uma chuva suave, que escorre pelas falésias do meu corpo.

Luamor
Enviado por Luamor em 09/10/2012
Reeditado em 09/10/2012
Código do texto: T3923952
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