Mulheres Que Amam Demais...
Júlio e Helena. Ele, professor e poeta, pobre, casado, mais de 60 anos, ela, sua linda aluna de 17 anos, joia preciosa de uma tradicional e rica família carioca. Diferenças à parte, se apaixonaram loucamente um pelo outro. E viveram um tórrido romance até que a família dela soube disso.
Então, o pau quebrou. Pra cima dele, é claro, porque a corda só arrebenta do lado mais fraco. Júlio foi preso, acusado de sedução de menores, perdeu o emprego e foi espancado pelos seguranças da família da namorada. A mulher jogou suas roupas pela janela e nunca mais o deixou entrar no domicílio conjugal. Helena ficou reclusa em casa e sofrendo a ameaça de ser mandada para um internato na Suiça, que isso ainda existe, sim senhor.
Burlando a vigilância da família, ela conseguiu ligar para ele:
- Júlio, meu amor, não posso viver sem você! Vamos fugir?
- Pra onde? Estou sem emprego, sem dinheiro e vigiado pelos seguranças da tua família.
- Se eu não for sua, não serei de mais ninguém! Prefiro mil vezes a morte!
- Eu também não posso viver sem você; sem você, não tenho vida!
- Então, taí!
- Taí, o quê?
- Se não podemos viver o nosso amor, morramos juntos!
- Você quer dizer...
- Isso! Vamos nos suicidar! Morremos juntos e damos uma lição para esses cretinos!
- Mas, para nós, isso não vai resolver nada.
- Você é um covarde! E um mentiroso, pois não me ama como diz. Conforma-se com a situação porque pensa em arranjar outra, não é mesmo?
- Não, é que...
- Pois eu vou me matar sozinha, cretino! Você vai ver! Mas deixo uma carta dizendo que você, além de me seduzir, me estuprou à força!
- Meu Deus, Helena, por que está fazendo isso comigo?
- Porque não posso viver sem você e nem quero deixá-lo para outra! Na cozinha daqui de casa há chumbinho, veneno pra rato, se o ingerirmos com refrigerantes, morreremos rápido. E o nosso amor será eterno!
- Mas você é tão nova, tem tanta vida pela frente!
- Não terei vida, se não tiver você!
- Helena, escute...
- Não posso viver sem você! Não posso viver sem você! - ficou gritando histericamente pele telefone.
Júlio acabou concordando com a sinistra proposta de Helena. No dia marcado, ela disse para a família que iria à igreja para se confessar, os seguranças cochilaram e não viram quando ela saiu pelos fundos. Encontrou-se com Júlio na Praça XV, pegaram um táxi e foram para a Quinta da Boa Vista. Procuraram um lugar ermo e se sentaram. Como já iam morrer, trataram de recuperar o tempo perdido: fizeram um sexo tão alucinado quanto gostoso. Por outro lado, é sabido que alma não tem sexo, portanto, trataram de aproveitar os corpos que estavam prestes a abandonar. E aquela última transa dos dois faria inveja a qualquer filme pornográfico!...
Mais tarde, já restituídos à placidez dos sentidos, abraçados e emocionados, iniciaram o ritual do suicídio. Ele a beijou e disse:
- Até a outra vida, meu amor - e sorveu, de um gole só, o copo de refrigerante misturado com o chumbinho.
Quando ela ia repetir o gesto extremo do amado, já com o copo nos lábios, viu que ele esbugalhava os olhos e agonizava em estertores horríveis, vomitando sangue e pedaços do estômago destruído pelo ácido fatal. Apavorada com a cena, gritou:
- Não! Assim não quero morrer! - e fugiu dali como o diabo foge da cruz.
Perturbada, com crises de depressão e síndrome de pânico, foi internada para tratamento num dos melhores hospitais psiquiátricos da Europa. Ficou completamente curada e, lá mesmo, retomou os seus estudos, formando-se em Psicologia. Mais bonita ainda, voltou para o Rio de Janeiro.
- Não posso viver sem você! - confessou Helena, na primeira noite de lua de mel, lânguida, suada e descabelada, após um sexo, tão alucinado quanto gostoso, com Henrique, um belo jovem da sociedade carioca, com o qual acabava de casar, dois anos depois de voltar para o Rio e do qual as mulheres informavam, à boca pequena, ser um garanhão bem-dotado.
Júlio e Helena. Ele, professor e poeta, pobre, casado, mais de 60 anos, ela, sua linda aluna de 17 anos, joia preciosa de uma tradicional e rica família carioca. Diferenças à parte, se apaixonaram loucamente um pelo outro. E viveram um tórrido romance até que a família dela soube disso.
Então, o pau quebrou. Pra cima dele, é claro, porque a corda só arrebenta do lado mais fraco. Júlio foi preso, acusado de sedução de menores, perdeu o emprego e foi espancado pelos seguranças da família da namorada. A mulher jogou suas roupas pela janela e nunca mais o deixou entrar no domicílio conjugal. Helena ficou reclusa em casa e sofrendo a ameaça de ser mandada para um internato na Suiça, que isso ainda existe, sim senhor.
Burlando a vigilância da família, ela conseguiu ligar para ele:
- Júlio, meu amor, não posso viver sem você! Vamos fugir?
- Pra onde? Estou sem emprego, sem dinheiro e vigiado pelos seguranças da tua família.
- Se eu não for sua, não serei de mais ninguém! Prefiro mil vezes a morte!
- Eu também não posso viver sem você; sem você, não tenho vida!
- Então, taí!
- Taí, o quê?
- Se não podemos viver o nosso amor, morramos juntos!
- Você quer dizer...
- Isso! Vamos nos suicidar! Morremos juntos e damos uma lição para esses cretinos!
- Mas, para nós, isso não vai resolver nada.
- Você é um covarde! E um mentiroso, pois não me ama como diz. Conforma-se com a situação porque pensa em arranjar outra, não é mesmo?
- Não, é que...
- Pois eu vou me matar sozinha, cretino! Você vai ver! Mas deixo uma carta dizendo que você, além de me seduzir, me estuprou à força!
- Meu Deus, Helena, por que está fazendo isso comigo?
- Porque não posso viver sem você e nem quero deixá-lo para outra! Na cozinha daqui de casa há chumbinho, veneno pra rato, se o ingerirmos com refrigerantes, morreremos rápido. E o nosso amor será eterno!
- Mas você é tão nova, tem tanta vida pela frente!
- Não terei vida, se não tiver você!
- Helena, escute...
- Não posso viver sem você! Não posso viver sem você! - ficou gritando histericamente pele telefone.
Júlio acabou concordando com a sinistra proposta de Helena. No dia marcado, ela disse para a família que iria à igreja para se confessar, os seguranças cochilaram e não viram quando ela saiu pelos fundos. Encontrou-se com Júlio na Praça XV, pegaram um táxi e foram para a Quinta da Boa Vista. Procuraram um lugar ermo e se sentaram. Como já iam morrer, trataram de recuperar o tempo perdido: fizeram um sexo tão alucinado quanto gostoso. Por outro lado, é sabido que alma não tem sexo, portanto, trataram de aproveitar os corpos que estavam prestes a abandonar. E aquela última transa dos dois faria inveja a qualquer filme pornográfico!...
Mais tarde, já restituídos à placidez dos sentidos, abraçados e emocionados, iniciaram o ritual do suicídio. Ele a beijou e disse:
- Até a outra vida, meu amor - e sorveu, de um gole só, o copo de refrigerante misturado com o chumbinho.
Quando ela ia repetir o gesto extremo do amado, já com o copo nos lábios, viu que ele esbugalhava os olhos e agonizava em estertores horríveis, vomitando sangue e pedaços do estômago destruído pelo ácido fatal. Apavorada com a cena, gritou:
- Não! Assim não quero morrer! - e fugiu dali como o diabo foge da cruz.
Perturbada, com crises de depressão e síndrome de pânico, foi internada para tratamento num dos melhores hospitais psiquiátricos da Europa. Ficou completamente curada e, lá mesmo, retomou os seus estudos, formando-se em Psicologia. Mais bonita ainda, voltou para o Rio de Janeiro.
- Não posso viver sem você! - confessou Helena, na primeira noite de lua de mel, lânguida, suada e descabelada, após um sexo, tão alucinado quanto gostoso, com Henrique, um belo jovem da sociedade carioca, com o qual acabava de casar, dois anos depois de voltar para o Rio e do qual as mulheres informavam, à boca pequena, ser um garanhão bem-dotado.