Praça e o Sonho ( Continuação)
Panthus estava de novo na praça, esperava ver a tal pessoa, que estava povoando a sua mente, talvez ele vá em vão lá mas, mesmo assim ele ia lá, no mesmo banco, sob a mesma arvore que cheirava mel, o mesmo pipoqueiro, os mesmos pombos, ele lá pensando nela, ele estava crente que tudo aquilo havia sido um sonho e não o que realmente aconteceu e que ela tinha sido uma criação, um lapso da razão naquele instante.
Durante muito tempo ele esperou pela pessoa certa, aquela que valeria a pena lutar para ter a conquista de uma vida digna de um grande general, ele queria alguém para viver ao seu lado pelo resto da vida, dividindo as dores, da vida, as felicidades, as lutas as conquistas e tudo o mais, um dia ele julgou ser a sua ex esposa, mas, ele estava enganado, mesmo durante um tempo ele julgou que poderia viver com ela, mas, julgou errado, a relação dele com ela se tornou insuportável para ambos, o som da voz, os perfumes, a família apenas a simples presença um do outro era uma tortura para ambos.
Panthus no banco da praça começou a pensar sobre a sua antiga relação com a sua ex esposa e a maneira como a conheceu, eles estavam numa festa regada a rock com sons estranhos e letras mais estranhas ainda, também regada a bebida, a substancias a ao suco elétrico, era como chamavam aquele suco de laranja em uma tigela pintada com formas estranhas e coloridas, ele achou curioso mas, não tomou, preferiu ficar só na cerveja. Ele se lembrou da musica do Legião Urbana que dizia " Festa estranha com gente esquisita, eu não tou legal, não aguento mais birita", realmente ele estava já ruim e aquela musica, que estava sendo tocada ao vivo, cada vez mais o atacava, cada grito na guitarra, era uma facada, cada batida no bumbo da bateria era um pancada no peito, cada acorde no teclado era uma tempestade de sentimento, cada palavra recebia milhares de significados, cada som, era único, cada som tinha a sua luz, elas rodavam a sua volta, os acordes de guitarra se trasnformavam em uma grande onda, onde ele estava surfando, apenas sendo levado pelo som a um lugar habitado, por coelhos brancos, submarinos amarelo e gatos astronautas que traziam as luzes da vida e da imaginação, ele sentia como se estive se sentindo tudo a sua volta, cada pessoa tudo era algo que o penetrava, apenas a pequena impressão de algo ou alguém o causava imensa dor e angustia.
Ele começou a sentir medo, as pessoas pareciam que usavam mascaras horrendas, a pouca luz, aumentavam esta atmosfera surreal que ele estava sendo tragado pouco a pouco, ele já não percebia mais onde estava, tudo parecia como num sonho ou um pesadelo melhor dizendo e a musica começava novamente, agora uma que pelo que se lembra começava meio repetitiva, ia sendo com tons crescentes, com notas repetidas e teclados loucos e baixo hipnotizante, o trasportando mais ainda, neste mundo em que ele estava, de repente a iluminação da festa mudou, luzes que deixavam as pessoas coloridas, tintas que eram jogadas, bexigas cheias de água, confetes de papel, um grande dragão tipo aquele usados em festas chinesas estava sendo levado para passear pelo lugar e a banda tocando, o som era uma vida em si, não mais simplesmente musica, ele estava compreendendo tudo oque acontecia na musica, cada nota colocada e seu significado, cada som, cada dessincronização que acontecia ou cada sincronização, tanto fazia para ele neste instante, o tempo tinha perdido o significado para Panthus nesta noite, a musica se tornou uma viagem, cada vez mais louca, as vozes das pessoa, as imagens tinham sons as milhares de estrelas naquele teto e tudo se apagou...
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10:00 am, o relógio ao lado da cama marcava e apitava, a cabeça dele parecia que iria explodir, ele acordou um quarto bem iluminado, cortinas, esvoaçantes uma pintura clara, talvez rosa, ou bege, ele não soube definir, ele colocou os pensamentos no lugar e ficou sentado na cama durante alguns minutos, prestando atenção ao quarto, nele havia alguns moveis, uma escrivaninha, um criado mudo, com alguns livro em cima, um guarda roupas com uns adesivos de flores, de animais, imagens de John e Paul um desenho de um contrabaixo certamente um Rickenbacker colorido, ele percebeu que as coisas estavam mais nítidas, mais, definidas e com cores mais claras que o habitual.
A porta do quarto se abriu e entrou uma menina, aparentando ter seus 17, 18 anos, pele clara, cabelo curto, vestida de um short de pijama com alguns ursinhos desenhados, e uma camiseta folgada, ela tinha os olhos azuis, um rosto um pouco redondo, era alta, uma bela mulher, por assim dizer, ela perguntou:
-Como você dormiu rapaz?
-Acho que dormi bem, mas como vim parar aqui?
-Foi uma festa e tanto ontem, você estava em um estado bem difícil ontem, você parecia uma estatua apagada, na frente do palco, balançando com o ritmo da musica, dai eu disse vem comigo e você veio. Quer comer algo, fui na padaria mais cedo buscar pão.
-Tudo bem
A casa não era grande, uma sala, fundida com a cozinha, um pequeno banheiro a esquerda e só, na sala tinha um sofá com algumas cobertas, onde talvez ela dormiu, Panthus perguntou o nome dela ela respondeu que se chamava Silvia e também perguntou o por que dela ter o trazido para cá. Ela Disse que tinha gostado dele, antes dele se apagar, eles tinham conversado um pouco, ele também perguntou o que tinha acontecido com ele,
-Certamente o teu copo foi batizado com acido, e você não viu e pelo jeito que você estava, foi muito acido, mas, você apagou devido a bebida.
-Compreendo.
-Sente se na mesa, já te trago o leite e o café...
Desta maneira Panthus conheceu a Silvia, a sua futura ex esposa.