A Freirinha - Parte 3 - In contos
Passara-se 1 ano e Josefina Santos Chagas, ainda, não se acostumara
à rotina do convento, por isso, vezmente, trabalhos muitos extras; castigos, suplícios do corpo e da alma. Doía-lhe, no entanto, mais o corpo, que a alma descomprometida, indolente, descrente, nada sofria. Tudo lhe era indiferente.
Vez por outra, durante as orações, repugnava-lhe o ajoelhar-se perante uma estátua feia, pendurada sabe-se-lá-como, rezando para um pedaço de pedra.
Cansada de novo, já estava como estivera a primeira vez na casa dos pais, e sonhando, repetir o gesto da partida, não hesitou.Comunicou à
madre superiora que não faria os votos e, decididamente, partiria,já, no
dia seguinte rumo a casa dos pais, de onde aliás, nunca, deveria ter saído.
Assim, Josefina partiu. Nada mudou em seu modo de pensar ou em seu
comportamento. Ao contrário, continuava acalentando o mesmo sonho:
Viver na Contemplação. Agora, ela sabia o significado desta palavra.
E tanto pensou, refletiu neste estilo de vida tão sonhado que, logo,
teve uma revelação:
- Vou me casar com um homem rico.