A Freirinha - Parte 2 - In contos
A primeira experiência de Josefina Santos Chagas, naquele convento,
simplesmente, foi traumática. Depois de algum tempo ( pouco tempo ) a
porta começou a rugir furiosamente, estalando pancadas atrás de pancadas e, desta vez, a porta não resistiria e cederia aos apelos daquela voz de enorme máscula, gritando o seu nome por inteiro:
- Josefina Santos Chagas. Levanta-te. Ordeno-te. Faça isto agora, já, imediatamente. Abra a porta.
Josefina não teve outra saída. Abriu a porta e num gritinho sufocado pelo medo, quase, desmaia. O ser que viu pela frente parecia o próprio Satanás: alta,forte robusta, buço por fazer, mãos enormes. Este ser
era,no mínimo, três vezes maior do que ela.
Agarrou-a, portanto, este ser, e praticamente, arrastando-a, carregando-a, levou-a a sala da madre superiora que não lhe poupou sermões, advertências, suplícios no mais tarde a ser aplicados para
corrigir a indolência daquela candidata à freira. A madre superiora,ao
mesmo tempo que explicava, prometia-lhe corretivos urgentes e necessários a fim de disciplinar corpo e alma.
- Você, minha filha, vai prestar serviços não só a Cristo, mas também
a este convento, portanto, eis o que deve fazer: primeiro, vai cuidar da horta até às 11:00 horas; depois, irá se dirigir à cozinha para auxiliar no preparo do almoço e, após, o almoço, ajudará na limpeza da cozinha. Feito isto, então, será acompanhada pela madre Pia ao altar da igreja,
frente ao Cristo, onde de joelhos permanecerás até às 17:00 horas,
refletindo sobre a sua conduta de hoje e, pedindo perdão rezará 500
vezes o Pai-Nosso. Presta atenção: ficará ajoelhada sobre grãos de
milho e de nenhum modo se levantará dali até cumprir a penitência.
A madre Pia era, se não, aquele monstro de buço por fazer, enorme
feita as rigorosas disciplinas do convento.
Josefina quis resmungar alguma coisa, mas, ante o olhar ameaçador da madre superiora e da madre Pia, calou-se, resignando-se ao trabalho e castigo.
Chorou, lembrando a outrora vida com os pais.