Oração.

Depois de todos aqueles acontecimentos ela não conseguia dormir, ficava ali sentada no chão encostada-se à cama, tentado entender onde estava a tal felicidade. Ela chorou, esperneou e mesmo sem saber o que realmente estava fazendo, meio desajustada e desorientada ela se ajoelhou e orou.

Senhor, por favor, ô Deus, ajude-me, faça com que meus olhos fechem, faça com que por algumas horas meu coração consiga se acalmar assim que minha mente se desligar.

Eu não sei se foi Deus ou não. Mais a verdade é que o sono veio, veio a principio cheio de calma, os olhos ficaram pesados e se fecharam. Por fim ela de deixou levar pela calmaria e alegria de uma noite calma como a muitas ela não tinha. Aconchegada junto ao seu travesseiro de penas de ganso. Horas depois escutei um grito, corri pelo corredor escuro até o quarto dela e a encontrei novamente ajoelhada implorando, esperneando e chorando e até gritando, suplicando novamente a Deus que seus olhos permanecessem abertos pelo maior tempo possível.

Eu a abracei, sua pele era fria como gelo, ela tremia como uma pessoa que acabara de sair de uma tempestade de neve. E seus olhos cor de anil estavam vermelhos como sangue. Ela sorriu, me pareceu um sorriso sincero e era, mais a verdade é que nem aquele meu abraço, o abraço da única pessoa que tinha restado de sua família depois daquele acidente de avião a faria esquecer a morte de seus pais. A única coisa que me restava a fazer era esperar que minha prima se recuperasse da dor da perda e que sorrisse de verdade novamente. Que sorrisse sem que as lágrimas salgadas molhassem suas bochechas rosadas novamente.

Eloisa Elena Delacroix
Enviado por Eloisa Elena Delacroix em 25/09/2012
Reeditado em 25/09/2012
Código do texto: T3899986
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