O dia do Povo

- Meu caro cidadão!... Espere! Aonde você vai com tanta emoção?

- Primo eu vou assistir a televisão. No canal local, acontecerá o debate dos candidatos a prefeito.

- I é. E dos candidatos a vereador?

- Você deve está brincando. Pois são muitos e não tem como cada um expor as suas idéias.

- Ah!..Mas tem que arrumar uma forma. Se não a gente sempre vai ficar desse jeito. Em minha opinião, deveria limitar a quantidade de candidatos para se pensar e fazer uma entrevista.

- É verdade amigo, mas enquanto não se tem eu vou assistir a minha televisão.

-Mas os candidatos a prefeito são só enganação? Me diga como votar bem?

- É verdade. As nossas opções não são dignas de respeito. Estamos entre muros...

Um prefeito ladrão; um palhaço e um falastrão.

- Sabe amigo a gente precisa pensar bem a respeito. O que não é direito é pagarmos a conta de toda essa vergonha de corrupção.

- Em um dia a gente decide o futuro de toda uma nação. E é uma responsabilidade sem igual.

- Ainda tem gente que vai votar embriagado; vai votar mal humorado; vai votar pré indenizado; vai votar por votar.

- É mesmo. Se a gente pensar com o voto na mão, nós somos os donos das cartas. Pense só...

- Poderíamos ter escolas equipadas com computadores, professores bem qualificados, ônibus escolar, salas climatizadas, merenda de primeira, boas quadras de esportes para que os nossos jovens tornassem atletas, água de qualidade, teatro e uma biblioteca super estruturada.

- meu caro cidadão, poderíamos ter ruas sem nenhum buraco, sem lixo nas esquinas, com esgoto, bem sinalizada e com rampa de acesso fácil aos deficientes.

- Poderíamos ter hospitais públicos melhor equipado ou com o seu uso adequado. Nem precisaríamos pagar, pagar, pagar escola, plano de saúde e tantos outros pagamentos, que nos tiram o couro.

- Poderia ter emprego e qualificação para todos; casas e praças.

- É a mais pura verdade. Reclamamos dos impostos, reclamamos dos políticos, reclamamos, reclamamos, mas quando a batata está na nossa mão não sabemos usar a razão. Votamos num primo, votamos num colega, votamos por uma dentadura, por uma televisão, votamos por amante, votamos por uma ou duas pessoas que podem se dar bem, votamos pelo pastor, votamos pela paixão, mas nunca pelo povo.

- E quem é esse povo?!... Se não nós mesmos, que iremos nos crucificar.

- É isso meu caro. Acho que temos problemas, somos masoquistas, gostamos de nos flagelar.

- Um cara veio ao mundo nos ensinar a amar e o que fizemos? Na fúria de nossa ignorância, cedemos, nos omitimos e aceitamos o sistema mandar matar.

- É engraçado, quando a gente encontra alguém que nos mostra a verdade, teimamos em não aceitar. Somos ricos, mas não sabemos cuidar.

- Não obstante, anos após anos ficamos nessa nau a nos afundar. Não queremos assumir responsabilidades, pelo que se ver, apenas beber, dançar e morrer.

- Aqui parece que todos são adolescentes. O futuro a Deus pertence e a dor cabe a todos nós.

- Tchau amigo. Vou assistir a televisão, mas assim mesmo vou procurar pensar melhor. O futuro dos meus filhos. O futuro da minha cidade, dos meus amigos e irmãos.

- Adeus. Amanhã será um novo dia. Espero que dentro de toda essa covardia, alguém se conscientize de que nós, nesse processo de mudança de governo, somos mais importantes. Por que é nessa hora que se começa a decidir o hoje do amanhã.