os cães

os cães

A maior parte dos quase vinte e cinco mil(es) pessoas de uma cidadezinha do interior estava alarmada com o número de cães que porá perambulava. Além dos cachorros dos moradores - quase um por família - há uns dias começaram a aparecer muitos animais de várias raças, tamanhos, cores e sexos. Eram mansos mas esfomeados.

A cidade próxima distava mais de trinta quilômetros e os habitantes se perguntavam: Será que era de lá que vieram todos estas criaturas? A tal cidade não deveria ter tanto animais assim.

O que se passa? era a pergunta frequente.

Alguns do povo adotaram uns animais, outros foram enxovalhados e alguns ater desapareceram, mas sempre vinham outros, não se sabia d’onde.

A população começou a ficar apreensiva porque alguns cães poderiam ter doenças ou morder as pessoas abruptamente. Mobilizaram, inclusive – não poderia ser diferentemente – a prefeitura para dar um fim na cachorrada. Os que não fossem levados para alguma casa deveriam ser soltas em algum mato - embora , aparentemente pensaram fossem animais domesticados, pela sua inagressão às pessoas - ou elimatados , através de algum método, que começou a ser pensado.

Os responsáveis pelos planos em construções foram a outras cidades para ver se o fenômeno acontecia nelas também ou se a matilha começou a aparecer em outras plagas e veio para a sua cidade abandonando a de origem, ou se o fato ocorria somente ali.

Nada se acrescentou de interessante aos planos. Em todo lugar onde pesquisaram as pessoas informaram que vez ou outras deparavam com grande número de cães, mas nunca na proporção alarmante que fora colocada pelos vizinhos.

-- Vinham por uns dias e sumiam depois, diziam todos a quem se perguntava.

Como os cães sumiam à noite, procuraram saber o que acontecia neste período: único fato que descobriram é que os animais embrenhavam-se em um a pequena mata natural e desapareciam.

Embora poderiam ter isso à mata durante um dia marcado para tentarem descobrir alguma coisa, preferiram que um grupo fosse á noite mesmo, mais perigoso, mais difícil de andarem por ali, porém teriam mais oportunidades de saber o que buscavam. Enquanto preparavam-se para esta investida, Mário, um garotão que brincavadiava sempre nas cercanias do mato, trouxe uma luz :

-- os canídeos escondiam-se numa gruta escura, deserta e longe, no interior da charneca, aonde ele tentou chegar algumas vezes, sempre repelido pelos cães, falou ele.

Precisavam acabar com os cães é verdade, e por isto resolveram correr algum risco. Organizaram um mutirão e foram selva adentro buscar o esconderijo. Encontraram um ninho enorme de cadelas com muitos cachorrinhos, parecendo algo comunitário, pelo tamanho.

Deduziram, após estudarem o local que os cães eram adomésticos e viviam ali confortavelmente até que a alcatéia aumentou muito por nascimentos ali ou por vinda de cães de outros locais ou ambos os sucessos, e começara a faltar alimentos que buscavam até então, não se sabe onde e os cães e cadelas livres de filhotes tiveram que ir busca sua subsistência noutras querências.

Penalizados com a situação que se lhes apresentou, alguns ficaram com mais alguns cães e os adestraram para alguma domesticância, e todos decidiram, alimentar os bichos, dispersando-os pela região com o fito de diminuir o aglomerado e o problema da fome.

Como resultado os cães fugiram e embora alguns voltaram por certo tempo, porém, em faltando ambiente acabaram mesmo lançando-se por diferentes lados e sumireceram.