O Futuro Diz Amém Cap - 21
( Abrindo o Jogo Com Emanuel)
Acordei com meus próprios gritos e chorando. Havia acabado de ter uma espécie de pesadelo. Vi meu Miguel com outro homem. Não era Peter, talvez fosse o Lucas, filho da “velha”.
Só sei que Miguel estava feliz, sorrindo com aqueles olhos lindos do pai.
Só gritei porque fiquei aflita. Queria tanto o meu bebe aqui comigo. – Quero logo encontrar meu bebe. Exclamei.
Logo chegou Emanuel me perguntando o que tinha acontecido.
- Um pesadelo. Respondi com pouca vontade na voz.
- Você me assustou meu anjo. Disse ele com os olhos arregalados.
- Me desculpa. Agora volte a dormir.
E ele saiu sem dizer nada e com o “rabo entre as pernas”.
Não me senti mal por tê-lo tradado daquele jeito. Emanuel também não era santo. Queria saber demais da vida dos outros. Ele se encaixava em uma espécie de fofoqueiros anônimos... Desses que vemos por aí.
 
Resolvi levantar da cama. Fui à procura da velha, mas como eu imaginei ela já havia ido embora.
Então deixei Emanuel dormir mais um pouco.
Não sei exatamente o que sentia por Emanuel.
As vezes até gostava de ficar ao seu lado, mas muitas vezes também ele me irritava, e me fazia enjoar depressa. Peter não. Com Peter eu queria mais e mais. A verdade é que só o amei assim porque não era recíproco. Porque quando se é recíproco feito Emanuel, as coisas ficam mais fáceis e perdem todo o encanto que só os amores juvenis mal correspondidos têm.
Passei por um espelho e vi minha imagem refletindo. Gostei do que vi. Nem parecia que eu tinha acabado de ter um filho. Minha barriga estava linda, magra, e sexy. Meus seios fartos e quase pulando do sutiã. Fui para o banheiro tomar um banho. Enchi a banheira d’água e fui tirando as peças do meu vestido de cetim. Comecei a gostar muito do que via e fui me alisando e me tocando até que entrei na banheira e comecei a me tocar mais rapidamente e freneticamente. Os espelhos do banheiro foram se embaçando. Parecia que tinha mais alguém além de mim ali. Minha respiração foi ficando cada vez mais ofegante até que poucos instantes depois com todo respeito a palavras. G-O-Z-E-i. E foi uma gozada e tanto.
Logo depois me vesti. E saí do banheiro com a cara da virgem Maria e fui acordar Emanuel com um beijinho nos lábios. Eu estava calma. Masturbação me fazia muito bem.
- Nossa meu amor, que delicia acordar com seu beijo! Exclamou ele.
- Hahahahaha sou sua. Respondi.
Meu deus como eu sabia ser falsa. Qualquer homem que aparecesse eu ficaria. Só estava com Emanuel porque era o único que me restava.
- Deite um pouco aqui comigo? Perguntou ele.
- Claro, mas só um pouco... Hoje teremos uma longa caminhada.
- Carmem, Não acha tudo isso muito estranho? Essas pessoas aparecendo em nossas vidas, esses lugares que a gente anda encontrando e as coisas que andamos fazendo? É tudo tão fora do normal. Sei lá, às vezes parece que nada mais me surpreende depois disso. E eu sinto que você esconde algo de mim.
- Escondo mesmo. Respondi com voz direta.
- E o que é?
- Na hora certa de te conto Emanuel.
- Não. Está é a hora. Você vai me contar agora Carmen.
Enrolei muito pra dizer alguma coisa, afinal eu não poderia dizer que Emanuel não era o pai do Miguel.
aí pensei em outra coisa pra falar.
- A velha.
- O que é que tem ela?
- Então, ela já nos conhecia, sabia os nossos nomes. E me falou sobre Peter.
- Ah não. Esse cara de novo? Achei que você já tivesse superado isto. Quem é ela? Um correio ambulante para te mandar recados? Francamente.
- Calma, Não é isto! O nosso filho está com ele.
- O que? Ele mandou sequestrar o nosso bebê só pra você ir até ele? Nós vamos até lá Carmen. Nós vamos! Mas eu juro que vou tirar cada dente daquele infeliz. Eu sabia que ele não prestava. Sabia.
- Não Emanuel, nós vamos mas você não fará nada com ele?
Quando acabei de dizer isso ele se levantou da cama me olhou com os olhos arregalados e disse gritando.
- COMO NÃO VOU FAZER NADA? VOCÊ SÓ PODE ESTAR FICANDO LOUCA.
- Se acalme caramba. Falei com um pouco de medo.
- Me acalmar como? Você ainda o ama?
- Não!
- Ama sim. Por isso quer ver ele de novo. Você não entende a gravidade do que foi que ele fez? Ele roubou meu filho.
- Ele não roubou filho de ninguém.
- Ah não?
- Não Emanuel. O filho é dele.
Respondi com a maior dor do mundo. Lágrimas se escorreram dele. Em seguida ele me deu um tapa na cara. A minha dor era tamanha que nem senti o tapa. Meu coração havia feito um rombo.
Ajoelhei aos seus pés e disse:
- Perdão, Emanuel. Perdão.
- Sua vagabunda! Você não presta Carmen. Você me enganou. Ai meu Deus eu não acredito que você foi capaz disso. Eu me sentia o pai dele, eu amava aquele garoto. Disse ele chorando.
- Me desculpa, por favor. Eu não tive escolhas.
- Todos nós temos escolhas.
- Eu estava desamparada. Você me amava. Eu não sabia que tudo isso pudesse acontecer.
- Ele sabia que o filho era dele e te abandonou foi isso?
- Não. Ele não sabia que o filho era dele.
- Como ele soube então?
- Ele ainda não sabe.
- Carmen, você está achando que eu sou bobo? Como ele não sabe?
- Eu juro Emanuel, ele nem sonha que aquele menino é seu filho. Nem foi ele quem mandou sequestrar o Miguel. Simplesmente a bruxa que pegou nosso filho o entregou para ele e a velha de ontem é a mãe do Lucas, companheiro amoroso do Miguel. Foi ela quem me contou de tudo.
- Mas o que é isso? Quer que eu acredite nessa conversa?
- Emanuel eu estou falando a verdade.
- Então o seu Peter é gay?
- Pois é... Foi uma surpresa para mim também.
- Meu deus, E porque diabos entregaram Miguel para ele?
- Disseram que nos quatro devemos cria-los juntos.
- Você mentiu pra mim. Disse ele com ódio nos olhos.
- Você não o ama? Perguntei.
- Amo, mas você mentiu pra mim. Ele não é meu filho.
- Sim, ele é seu filho se você quiser ser o pai dele.
- Eu o amo. Mas não quero mais nada com você.
- Tudo bem, mas então me ajude encontra-lo.
- ok. Respondeu ele com cara de desprezo.