conto - sem revisão - Bela vista

Bem que não aceitava, mas aquela moça estava me dando

Um mole danado. No bar do Genival, eu no balcão e ela ali,

Quase todo dia procurando cigarro, comprando balinhas

E chicletes. Deveria ter uns dezenove anos, tão bonitinha

Comprando balinhas com aquela idade...me olhava de lado,

Jeitinho desconfiada, sabia provocar, se oferecer sem

Dizer nada, somente a presença... E falava com a boca mole,

e enquanto isso os olhos desviava pra Mim, quase involuntário... flerte leve, gostoso pra diacho! Que lapa de boceta!

Genival, você tem cigarros?

Só derby...

Ah, acho que não vou querer não...gosto de free...por que você não compra free?

Eu compro...é que acaba logo. Só no final do mês que vai chegar...

Então me da um chiclete e uma pepsi!

E abria o chiclete ali na nossa frente, como se fizesse um strep-tease

No doce. Depois levava a boca, lento, lentamente na boca. O refrigente

Tomava devagar, gole a gole, numa amostração da porra, controlava direitinho

Os movimentos, dava pra ver...agradecia e saia com o pescoço querendo voltar...na esquina parava simulando ter esquecido alguma coisa, ou fingindo

Dúvida pra onde deveria ir....

- Como é gostosinha ! Que delícia!

Cara de safada, deve ser puta essa porra...

Ela mora aqui na região?...

Acho que mora...Aparece aqui de vez em quando ...se não trabalhar

No paredão da nove de julho ...

Genival, o boca de fumo sem a menor cortesia...mas e tinha mesmo essa cara: ninfetinha de revista, lindinha, novinha...ninfetinha, jeito de putinha nova...putinha do paredão

Da nove de Julho.

No outro dia eu estava no mesmo lugar, tomando minha jurubeba com gelo, conversando sobre futebol e mulher e sinuca. Que era o papo da malandragem E os papos furado dos metido a besta n as mesas, alguns babacas falava de arte, de cinema, de teatro. Um firula da porra. Não é que Genival fosse um lugar chique, mas na região havia muitos teatros e uma

Produtora de cinema, era comum aparecer gente da televisão...o negão

Não ligava muito pra essa gente, defesa...era um crocodilo com essa gente,

Já com a malandragem era mais doce, e mais receptivo...no salão nos fundos

As mesas de bilhar, onde os vagabundos passava a maior parte do dia delapidando o dinheiro dos ingênuos fracassados...

Na porta, pele branca, rosto suave, boca entreaberta, que coisa

Boa...e que par de coxas, uma lapa de xoxota, magra e com as pernas brancas, saia acima do joelho, justinha, toda peladinha de gilete... os peitinhos pequenos,

Durinhos...

Genival, já chegou o free?

não minha filha, já disse: so no final do mês, leva um derby!

Falou o balconista com a voz aviadada.

Não, não gosto, deixa um gosto estranho na boca...

disse assim e olhou para o lado, mais severa, mais mulher, quase

me chamando de titio bobo. Ela virou e saiu sem dizer nada, só

aquele perfume de mulher novinha no ar, de flor de boceta.....não aguentei, fui atrás, fui encontrar com ela já na virada da rua, perto do jardim da policia

militar...esbaforido, maldito cigarro!

- Moça, espera

Pois não?

É que... bom, eu fiquei com vontade de conhecer você.

pra quê? ...

Aquilo já me asssustou, me senti constrangido...afinal parecia que

estava tudo certo...não gosto quando me sinto mal recebido.

- te achei bonita, por isso vim...

Ah, sabe o que é seu moço, estou muito sem jeito, o senhor me interpretou mal , e alem de tudo, tenho um namorado. Ele está vindo me pegar...não vai pegar bem se ele me ver com o senhor...

tá, mas...

acho que só isso...

frustrado... não sou tinha cara de safada, como era uma filha da puta...e como era linda... filha da puta...odeio essas vagabunda sedutora, parece que faz só pra machucar....pra se sentir por cima da carne seca...”que lapa de boceta!”

conheço bem essa laia...

Quando já estava chegando no Genival ouço uma voz atrás de mim...

Cheguei me arrepiar...

- Moço!

Hum!? – virei e surpreso vi que era a dana, a mesma carinha de lolita.

- Desculpe, acho que fui rude com o senhor...

Foi mesmo...

- É que fiquei assustada...não esperava o senhor vim atrás de mim

Desse jeito, fiquei com medo, e sem ação...

- Eu só queria te conhecer...

- Agora eu sei que sim..

- hum...

- Escuta, tem uma boate na rua freire neto, logo depois da praça

Silvio rocha ...o que senhor acha de me encontrar lá, logo depois das 23, trabalho numa locadora logo ali perto...

- claro...

- ok, ah...qual é mesmo seu nome?

- Antonio...

- Prazer seu antonio

- Apenas, Antonio...prazer e o seu?

- Janaína

- Ótimo, bonito nome, não poderia ser difente....Mas me diga, você vai estar onde exatamente , na entrada?

Sim, talvez eu atrase um pouco, mas não vá embora,

Como acertado, onze horas eu estava no frente do Bar Jurema, onze horas,

Ela não ainda havia chegado, pensei em tomar alguma coisa, uma impaciência,

Olhava no relógio, ajeitava a camisa. Respirava fundo, tomar coragem, não é todo dia que uma coisinha dessa aparece...Tomei banho demorado, passei perfume, A calça de brim, me barbeei, coisa rara de eu fazer por causa de uma mulher...até creme de barbear....o cheiro gostoso... Pensava nela e minha perna tremia.

A noite estava preta, o céu de são paulo não revela nada, eu

Espero na nifetinha do paredão da nove de julho...