O Ladrão 2
Após andar quilômetros, Poyu sentou-se na calçada. Estava mais suja do que de costume, mas ela não se importava, estava determinada a encontrá-lo. Já havia percorrido metade da cidade e nada, parecia que ela estava correndo atrás de um fantasma, um espectro que desaparecera sem deixar rastros.
Poyu começava a aceitar a derrota e o fato de nunca mais ser capaz de sentir novamente. Nem ao menos chorar ela conseguia, pois a tristeza também deixara seu corpo. Só restava um enorme vazio, um grande nada que ia tomando conta de todo o corpo pequenino.
Uma lufada de ar quente atingiu a menina com toda a força. Ela não sentia mais seus braços e pernas, aos poucos foi cedendo e quando abriu os olhos o Ladrão a tinha nos braços. O corpo mole pouco resistiu, Poyu sentia que estava perdendo a consciência.
Como um golpe de sorte ela jogou seu peso contra o inimigo fazendo-o perder o equilíbrio, os dois caíram e rolaram pelo chão. A menina estava desmaiada em um canto e o Ladrão gargalhava com a tentativa inocente da garota. Colocou-a no colo e entrou em um prédio logo atrás. A verdade é que ele a esperava, estava a espreita esperando o momento certo.
O Ladrão deitou Poyu em uma cama desajeitada e sorriu mais uma vez, ele estava se divertindo as custas da pobre garota. Quando ela dera os primeiros sinais de consciência, ele atacou. Os últimos segundos que Poyu lembraria, seria o calor de um par de lábios e o frio de um mão a acariciá-la.
Todos os sentimentos invadiram-na e a menina desabava em lágrimas grossas. Mais uma gargalhada, e então ele se foi. O motivo de tudo isso? Bom, para ele, é diversão.