O Homem Justo.
Leiloaram um homem honesto, último exemplar!
E ele havia se vendido à escravidão por vergonha à dívida, e foi propriedade particular, quando a opinião pública rogava direito de posse!
Ele era a Quimera municipal, a mitologia tornada crível pela carne e caráter que vestia, ainda que uns duvidassem do que diziam os ingressos, era mercadoria genuína!
Sem posses, sem direitos, se apegava somente o que achava ser dignidade; essa subjetiva alienação dos fracassados,e, quando lhe negaram qualquer serviço para somente observar sua existência se resignou a viver a frugalidade de convidado que se considera inoportuno!
Sua exclusividade garantiu seu peso em ouro, raridade que passava de dono a dono, uma dívida de pouco se tornava milhão!
Anderson Dias Cardoso.
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