O SUPLÍCIO DE PROMETEU

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Recontando A Mitologia Grega

Apesar das repetidas leituras sobre a mitologia grega, continuo, ainda, cativado por ela.

A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura ocidental. Este é o resumo do mito tal como é contado por Hesíodo nos versos (510 a 516) da Teogonia.

Segundo Hesíodo, Zeus (Júpiter para os romanos) ordenou ao titã Prometeu a tarefa de criar o homem porque a Terra necessitava de um ser inteligente para ser governada. Os deuses acreditavam que uma centelha divina de imortalidade percorria toda a Terra. Prometeu, então, esculpiu o homem com barro, matéria prima do Planeta (a palavra latina homem está ligada a húmus = terra), e, misturando-a com a água de um rio, fez o homem a imagem e a semelhança dos deuses olímpicos, para que fosse senhor da terra. Externamente eram semelhantes, porém internamente necessitava do fogo, substância Olímpica para que o homem se igualasse aos deuses, que fosse tão perfeito quanto os deuses do Olimpo. Zeus ordenou que Prometeu criasse o Homem e não Deuses.

Zeus encarregou, também, Prometeu e seu irmão Epimeteu de dar a todos os animais as qualidades necessárias para se sustentarem. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu de examiná-la depois de pronta. Epimeteu atribuiu a cada animal os dons variados de coragem, força, rapidez e sagacidade; deu asas a um, garras outro, etc. Porém, quando chegou à vez do homem, Epimeteu gastara todos os recursos nos outros animais, que nada sobrou para o homem que permaneceu nu e sem defesa. Recorreu então ao seu irmão.

Não encontrando solução para o problema, Prometeu decidiu roubar o fogo divino do deus Hefesto (Vulcano) e a sabedoria de Atena (Minerva) para então dá-los ao homem como forma de garantir a sobrevivência. De posse dessas duas qualidades, o homem assegurou sua superioridade sobre todos os outros animais, pois o fogo lhe forneceu o meio de construir as armas com que subjulgou os animais. Com o fogo aqueceu sua morada e construiu as ferramentas com que cultivou a terra.

Zeus, descobrindo a desobediência de Prometeu, irritou-se. No mesmo dia ordenou a Hefesto e seus serviçais Crato e Bia (o Poder e a Violência) que o acorrentasse no cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia dilacerava o seu fígado, que crescia novamente no dia seguinte.

"Como o ladrão do fogo celestial

Resistirá sem medo

E compartilhará com o imortal

O abutre e o rochedo?" (Lord Byron, 1814)

O seu sofrimento durou por inúmeras eras e teria sido por trezentos mil anos, se não fosse por intervenção de Heracles (Hércules).

Zeus, que afirmara que só libertaria Prometeu se um imortal abrisse mão de sua imortalidade e fosse para o Hades, o reino dos mortos, em seu lugar, coube a Héracles fazer um acordo com Zeus, trocando a imortalidade de Quíron, um centauro, pela vida de Prometeu. Como Quíron havia sido atingido por uma flecha, e seu ferimento não tinha cura, ele estava condenado a sofrer eternamente dores lancinantes, Zeus concordou, liberando Quíron de seu sofrimento, para morrer tranquilamente. Zeus o homenageou, colocando-o no céu como a constelação que chamamos de Sagitário (do latim sagitta = flecha). Para maior conhecimento a respeito de Quíron ver: O Centauro Quíron. (clique no link)

Este mito foi transformado em célebre tragédia pelo poeta grego Esquilo, no século V a. C, intitulada Prometeu Acorrentado. ®Sérgio.

Leia Também: (clique no link)

O Mito de Alectrion

O Complexo De Electra

A Condenação De Dânae

Pigmalião e Galateia.

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Imagem: Prometheus Torturado pela Águia – óleo sobre tela de Christian Griepenkerl in The Hellenic Society Prometheas.

Ajudaram na elaboração do texto: Bulfinch, Thomas, O Livro de Ouro da Mitologia: Histórias de Deuses e Heróis, 26º edição, Rio de Janeiro, 2002, Ediouro. / Bulfinch, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. Trad. David Jardim – Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 23/08/2012
Reeditado em 27/09/2012
Código do texto: T3845872
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