Um dia, talvez - V
Era uma quinta feira e a festa seria no sábado, estava me arrumando para ir para a escola e pele primeira vez depois de muito tempo, estava ansiosa. Sabia que teria de sentar perto da Isabela na sala e isso me incomodava um pouco, bastante para dizer a verdade.
Minha ansiedade se refletia no fato de eu ter chegado bem mais cedo do que deveria na escola. Para minha sorte ao chegar eu encontrei a Mariana sentada em canto mexendo em seu Ipod. Fui até e me sentei junto com ela, era evidente que ela vinha dormindo mal há bastante tempo, seu cara de cansaço era evidente. Começamos a conversar sobre música em geral e descobri que ela tinha um gosto muito compatível com o meu e assim a hora da aula chegou rapidamente.
Fomos andando até a sala de aula, comentando sobre a aula de matemática, que teríamos no primeiro tempo. Ao chegarmos à sala ela estava lá e havia um lugar vago a sua frente, propositalmente deixado para mim. Criei coragem e fui andando em sua direção, olhei para ela e suas amigas, a Fernanda e a Larissa e me sentei, como se nada de anormal estivesse acontecendo.
As três sempre andavam juntas, acredito que sejam amigas a bastante tempo e que sempre tenham estudado juntas. Eram as garotas que mais chamavam a atenção na nossa turma, as mais populares e mesmo assim eram inteligentes. Apenas a Larissa tinha namorado, as outras duas não, mas nem por isso ficavam por baixo.
Podia sentir, de tão grande que era a curiosidade e o espanto do resto da turma, por eu estar lá sentada junto das três. Ao longo da aula, elas foram puxando assunto, comentando coisas sobre a matéria e o resultado dos exercícios. Tentava agir o mais naturalmente possível, embora estivesse incomodada, sem saber aonde aquilo iria chegar.
Chegou a hora do intervalo e elas me chamaram, para ficar com elas. Quando o intervalo estava quase terminando, elas finalmente começaram a falar sobre a festa. Elas começaram a falar sobre os preparativos e os convidados até que a Fernanda me perguntou se eu iria.
- Eu quero ir, mas ainda não tenho certeza – respondi.
- É claro que ela vai. – respondeu a Larissa por mim, enquanto eu observava a reação da Isabela.
- Eu quero ir sim, só que nunca se sabe – respondi, soltando um leve sorriso, enquanto voltávamos para a sala de aula. Foi quando a Isabela se aproximou e falou:
- Vai ser melhor se você for, acredite.
E foram essas palavras que ficaram rondando minha cabeça pelos próximos dois dias
Parte 4:
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