E numa noite quente de verão...

Ela sentou-se à mesa da varanda, com os cabelos despenteados e transpirando gotículas de suor. A noite quente a convidara a bebericar bem lentamente uma taça de guaraná bem gelado. Sobre a mesa, havia uma caneta e folhas brancas de papel. Era inútil tentar preenchê-las, pensara consigo mesma. Vasculhara os labirintos de seu cérebro e não descobrira, nem ao menos, uma pista da imaginação. Que coisa mais desagradável! A imaginação, certamente escondera-se sob o manto negro do inimaginável. Com o semblante infeliz, levantou-se e dirigiu-se ao seu quarto. Faria uma nova tentativa de encontrar-se com o sono, já que, com a inspiração não lhe fora possível realizar esse encontro. Consultou o relógio, já passava das 02,00 horas. Encostou a cabeça sobre o travesseiro, olhou na parede onde estava pendurado o quadro com os retratos dos seus filhos e marido e murmurou: "boa noite!" Apagou as luzes do quarto e, agora, só lhe restava apagar as luzes do cérebro e descansar, pois, amanhã, quando as luzes do sol despontarem, um belo e novo dia surgirá.

Jaime Rezende Mariquito
Enviado por Jaime Rezende Mariquito em 26/07/2012
Reeditado em 26/07/2012
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