O REMORSO DO ZÉ
Zé primo do finado João de repente vaporô sumiu.
Ninguém sabe, ninguém viu, por onde anda ói, só Luzia.
Por falá eita cabocla faceira, zóio verde, ontem ela saiu,
Com flô nos cabelo e zoreia, justo quando maiada mugia.
Faz tempo que tô de ôio nessa lambança, nessa andança.
Tenho pra mim que os dois tão, disfarçando, tão lado a lado.
Mais será sô, que tão de nhé-nhé-nhem, tão namorando?
Mior preguntá, sabe caso num seja vichi... hum.
Falaro preu, um zum-zum sabe, que Zé enterrô João.
Pra mor de que amava Luzia, João quis vivê não.
Boto 38 na cabeça, nossa sóra sô, ae já viu né bum!!!
Oi só, quem vem lá Luzia, vô preguntá – oi cadê o Zé?
Bão, ta qui só bebe, num come, parece qui num qué mais vivê.
Sente curpado, com a morte do finado primo...pois é.
Oi moço, gosto tanto dele, mais desse jeito ele vai morrê.
Iscuite moço, é a arma qui vem du céu, pa fazê tentação.
E mata o primo sem dó nem piedade,
Qui ta si matando com remorso no coração.
Já pidí, já rezei, inté parece que Zé ta morto, com o primo.
Nunca vi, morro de dó, o Zé pa famia é único arrimo.
Só Deus botando a mão, i eu ô sina mardita, dois gostano di mim.
I eu suzinha, carregada di pecado, sem ninguém, i to assim.
Acho qui nóis, num nasceu pra sê feliz.
Mio isquecê Zé, num posso morrê cum ele, o destino que quis.
Bão falei dimais, moço, inté.
Inté, Deus companhe.
BILLY BRASIL –
20-07-2012 – 05,51 HS – SEXTA.
PQI – SBC - SP
Nota do autor:
Acho com um pouquinho de esforço dá pra entender. É Apenas uma história comum, transcrita para o caipira da roça, de outros tempos. Alguém precisar tradução, tamo aqui uai, abraços Billy Brasil.