Saudade e lembranças
Meu nome é Edgard...
Minha história...?
Nasci na década de setenta, quase começo dos anos oitenta, uma época onde a liberdade era pregada por todos, e de muitas formas, na musica, nos livros, nos filmes, na tv.
Minha família era simples, gente do interior, gente que se reunia para o café da manhã, se sentava a mesa para o almoço e para o jantar, acordava e dormia cedo, levavam uma vida pacata, e eu não me contentava com aquilo.
Eu via o mundo lá fora pela tv, e aquilo me fascinava, eu sabia que havia algo mais além daquela vida que eu vivia.
Sempre depois do café da manhã, eu ajudava meu avô nos afazeres, colocava uma bota de couro surrada, uma roupa já bem desgastada e lá íamos os dois capinar a horta, limpar os canteiros, semear novas sementes, e isso as vezes levava o dia todo...
Na hora do Sol a pique, ao longe podia-se sentir o cheiro do feijão de corda cozinhando no fogão a lenha, era a comida da minha avó, quase pronta para o almoço.
Nos dias mais frios na lua das folhas que caem, eu via o dia amanhecer branco, a vegetação coberta de gelo após a geada da madrugada, as roupas penduradas no varal, endureciam com o a camada de gelo que as cobriam, nuvens de vapor se formavam diante dos olhos quando o calor do sol derretia o gelo acumulado durante a geada.
Assim foi durante anos da minha existência, até que em meados dos anos noventa, onde na adolescência resolvi deixar a paz e a tranquilidade do campo, e fui buscar outra vida na cidade grande.
Eu ainda era muito jovem, e não tinha muita coisa na cabeça, a não ser o sonho de conhecer aquele mundo que se via na televisão, que se ouvia falar nas rádios, um mundo em transformação, com oportunidades para muitos.
Um dia, sem nem pensar no que estava fazendo, escrevi uma carta me despedindo de meus avós, arrumei uma trouxa de roupas com algumas peças, me vesti com minha melhor roupa e meu melhor sapato, esse era o traje de ir a igreja aos Domingos, e assim segui caminho rumo ao desconhecido, andei por horas até encontrar um vendinha.
Eu estava com fome, mas não tinha dinheiro, então pedi um pão com mortadela ao dono da vendinha, e ele foi solidário comigo me convidando para almoçar...
Comi um grande prato de arroz, feijão, salada de tomates com alface, e uma deliciosa galinhada acompanhada de suco de laranja.
Assim que acabamos o almoço, agradeci ao homem, e segui viagem por uma estrada de terra-batida que parecia não ter fim.
O dia foi sumindo a minha frente, quanto mais eu caminhava, mais o Sol se escondia, e a noite se mostrava chegando.
Pouco antes do anoitecer, cheguei a um povoado, com algumas casas, um praça central com um coreto e alguns bancos de madeira, um riacho calmo cortava o povoado, e o que mais me chamou a atenção, foi um ponto de ônibus próximo a uma mercearia.
Fui até a mercearia e lá estava uma senhora gorda, com os cabelos cheios e presos com vários grampos e fitas, perguntei a ela se ali passava algum ônibus aquele horário, e ela então me respondeu que ônibus ali só passava duas vezes por dia, um pela manhã bem cedo, e outro após o almoço, e foi onde ela me perguntou pra onde eu estava indo, e respondi que ia para a cidade grande buscar meu sonho, conhecer o mundo...
Ela sorriu e disse que se eu quisesse, poderia ir para a cidade ao amanhecer, pois seu esposo teria de ir até a cidade fazer compras para seu comércio.
Aceitei com alegria o auxílio, e acabei ficando por ali.
O senhor André, esposo da senhora gorda, a dona Jandira, me deixou dormir em sua garagem na carroceria de seu caminhão, tomei banho após andar o dia todo, fiz minha refeição junto aquele casal e fui dormir, pois o dia havia sido longo e eu estava muito cansado.
Antes de dormir fiz minhas orações pedindo que Deus tomasse conta dos meus avós, para que eles me compreendessem, e que eu pudesse conquistar meus objetivos, e assim acabei adormecendo, só me dando conta disso quando ouvi o senhor André abrindo a garagem.
Saltei de minha cama improvisada, joguei uma água no rosto e logo estávamos na cabine do caminhão seguindo ao encontro do meu sonho.
Pela janela do caminhão, fui vendo passar o mundo, seguindo a estrada de terra, levantando poeira, fomos deixando para trás mato e rio, casas e pessoas em pequenos povoados, até que chegamos em um trecho de asfalto, e a paisagem foi mudando, as casas foram aumentando em quantidade e tamanho, as pessoas foram se multiplicando, juntamente com os carros que passavam ao nosso lado, e logo o senhor André parou seu caminhão junto ao mercado e me disse...
_ Aqui estamos, cidade grande...
_ Mas se você ainda quiser seguir em frente, ali mais embaixo tem uma rodoviária, e lá você encontrará um ônibus que o levará até a capital.
Depois de um dia inteiro na estrada, mais uma vez a noite chegava e junto com ela, uma chuva fina e fria, e eu já não pude mais contar com a ajuda de estranhos, o povo da cidade era desconfiado e sequer me deixaram aproximar deles, me olhavam com reprovação, foi onde percebi pela primeira vez que meu sonho não seria tão fácil, mas sabia que não desistiria.
Sentei-me em um banco de concreto na rodoviária e pensei em como poderia chegar a capital sem dinheiro, fiquei por horas ali sem saber o que fazer, sentindo frio e a fome já se fazia presente.
Então me lembrei da comida que minha avó fazia, lembrei-me de minha cama...
Acordei deitado num banco gelado, meu estomago doía e roncava de fome, e foi ai que parou diante de mim um senhor com um carrinho de lanches.
Ele me perguntou se eu poderia ajuda-lo a montar sua barraquinha de lanches, ali era seu ponto, lugar onde ele ganhava a vida, e era dali que esse senhor levava o sustento para sua casa.
Pedi a ele que se eu o ajudasse durante o dia, se ele poderia me dar o que comer e algum dinheiro, e ele respondeu prontamente que sim, pois ele precisaria mesmo de um ajudante, já que sua esposa quem o ajudava, havia falecido uma semana antes.
Fiquei meio ressabiado e até um pouco triste por ele, mas logo começamos a trabalhar e assim o dia passou rápido.
Quando o dia acabou, desmontamos a barraca de lanches, colocamos tudo no carrinho e então o bondoso homem me perguntou pra onde eu iria agora, foi onde eu disse que não tinha pra onde ir, então ele me ofereceu abrigo em sua casa, onde morava com seus três filhos, dois ainda pequenos e a mais velha chamada Alana, que com quatorze anos tomava conta de seus irmãos enquanto seu pai trabalhava na barraca de lanches.
O senhor Alfredo teve por mim uma empatia natural, me tratou como um de seus filhos, e enquanto Alana preparava o jantar, o senhor Alfredo me mostrou o quarto que dormiria junto com os meninos, depois me deixou avontade para tomar banho.
Após me banhar, fui convidado a me sentar a mesa para o jantar, lembrei-me da casa dos meus avós, fiquei em silêncio por alguns instantes vendo um filme passar em minha mente, em seguida me deliciei com aquele jantar que por mais simples que fosse, era um banquete para mim que dormi sem comer uma noite antes.
Após o jantar fizemos uma oração agradecendo pelo alimento, pelo teto que tínhamos pra dormir e principalmente por termos uns aos outros naquele momento, e quando acabamos a oração, notei que Alana me fitava discretamente.
Nos levantamos da mesa, e o senhor Alfredo me disse que no dia seguinte teríamos muito trabalho novamente, afinal de contas a rodoviária nunca parava, era gente chegando e gente saindo o tempo todo e todos tinham fome...
Eu então me dei conta que havia encontrado meu primeiro emprego, feliz por ouvir aquilo, me ofereci para ajudar Alana a limpar a cozinha, e enquanto limpávamos, conversamos muito e pude ver que ela também compartilhava dos meus sonhos, e mais, pude ver também que ela era uma bela garota...
No dia seguinte, eu e o senhor Alfredo fomos bem cedo para a rodoviaria, montamos mais uma vez a barraca de lanches e mais um dia trabalhamos e conversamos muito, e assim se seguiram os dias, os meses e quando dei por mim dois anos passaram. Eu estava feliz, hoje era dia do meu aniversário mas ninguém sabia disso, até que Alana me perguntou por que eu estava feliz por fora e triste por dentro?
É...
Eu pensava nos meus avós, pensava em como eles estavam e se eles ainda se lembravam do meu aniversário.
Então respondi a Alana que era meu aniversário, e que nunca tive uma festa, ela então explodiu em alegria e logo todos sabiam de meu aniversário, o senhor Alfredo comprou um pequeno bolo e velas, então todos cantaram parabéns, me senti como nunca havia sentido antes, eu estava feliz!
Agora com dezessete anos, a dois na cidade grande, e começando uma vida nova.
Nesses dois anos pude melhorar minha vida, consegui comprar boas roupas, guardei algum dinheiro, e passei a fazer parte de uma família que me acolheu com muito amor.
Alana agora esta com dezesseis anos, é minha melhor amiga, e sempre muito presente.
Cada vez ela se torna mais bonita e eu passei a vê-la com outros olhos, mas ela era filha do homem que me acolheu como filho, e agora o que fazer?
Deixei as coisas como estavam, mas fui percebendo que Alana também me olhava diferente...
Uma noite depois que chegamos do trabalho, o senhor Alfredo disse estar muito cansado e foi dormir, fiquei com Alana assistindo tv e logo nossos olhos se cruzaram entre sorrisos, e quando dei por mim nossos lábios estavam se tocando em um caloroso beijo.
Quando terminamos de nos beijar, Alana disse...
_Sonhei com isso desde o primeiro dia em que te vi.
Eu sem saber o que fazer, fiquei sem ação e somente sorri pisando em nuvens.
Passamos a ficar juntos todos os os dias e logo estávamos namorando, e para nossa satisfação, o senhor Alfredo nos deu sua benção.
Namoramos por dois anos até que resolvemos nos casar, foi então que pela primeira vez fui a capital, eu e Alana fomos fazer os preparativos para o casamento, e exatamente na loja que fomos comprar o vestido de noiva, me deparei com um homem que me apresentou um outro mundo...
Jeferson era agente de modelos e logo que me viu, veio falar comigo, ele disse que eu era uma rapaz de uma beleza única, rara e exótica.
Olhei para Alana e rimos juntos.
Eu, um garoto da roça, como poderia ser isso que esse homem disserá, me perguntei?
Jeferson continuou a dizer que eu era exatamente o que sua agencia estava procurando para uma campanha mundial, nesse momento enxerguei o mundo que eu tanto havia sonhado em conhecer.
Ele então continuou falando sobre as vantagens que eu teria, e pude ver a minha vida mudando.
Fiquei com o cartão desse homem e conversei muito com Alana sobre o que aquele homem havia falado, aquilo poderia mudar nossas vidas, e ela concordou comigo, então liguei para o homem dizendo que aceitava a proposta.
Eu e Alana adiamos nosso casamento e fomos para a capital, fiz umas fotos para uma marca famosa de roupa intima e a campanha deu tão certo que fizemos uma campanha mundial, inclusive com chamadas na tv, passei a ganhar muito dinheiro, fiquei famoso e agora eu estava para completar vinte e dois anos de idade.
Eu e Alana estávamos muito felizes, mandava dinheiro para o pai dela, tínhamos uma vida maravilhosa viajando pelo mundo todo, nos hospedando nos melhores hotéis, comendo nos melhores restaurantes, frequentando a alta sociedade, e sendo sempre reverenciado por todos como se fosse um deus.
Conheci todas as cidades do velho mundo, os paraísos tropicais, e os mais belos lugares que um homem poderia ir, e onde quer que eu fosse, todos me conheciam e me amavam, eu em nada mais se comparava com aquele garoto da roça...
Agora eu fazia parte de uma seleta nata da alta sociedade, usava roupas tão caras que dariam para comprar um carro, comprei casas espalhadas pelo mundo, meu sonho infantil tornar-se-á realidade!
Alana sempre esteve ao meu lado, e juntos chegamos a um patamar que poucas pessoas já conseguiram chegar.
Agora no topo do mundo, vejo as fotos no mural, e relembro de cada momento, inclusive o tempo de pés descalços na casa de meus avós...
E como estarão eles?
Ainda vejo-os naquela vida pacata do interior, minha avó com sua comida inigualável, e meu avô cuidando da lavoura.
As vezes penso o que seria de mim se não tivesse deixado tudo para trás.
Será que ainda estaria como meus avós?
Será que conseguiria viver daquela forma até quando?
Hoje tenho lembranças de uma vida que tinha tudo para ser só mais uma vida simples, mas que pela busca da liberdade me levou aos mais altos patamares do mundo da moda e do show business.
Eu e minha companheira ainda não tínhamos filhos, a vida corrida de ensaios fotográficos, gravações para a tv, as glamorosas festas e desfiles, não nos deixavam tempo para pensar em parar para ter filhos ainda, mas eu sempre pensava em um dia voltar a casa de meus avós para reencontra-los...
A saudade e as lembranças deles sempre andaram ao meu lado, mas no inicio eu não podia voltar, pois não tinha dinheiro, depois que passei a ser uma celebridade, os compromissos e as viagens me impossibilitaram de voltar, mas ainda os verei novamente.
Alana sempre me pergunta sobre eles, mas eu evito falar no assunto, pois a ferida ainda dói...
Faremos uma turnê de desfiles pela EUROPA e ASIA, e em seguida vou tirar umas férias, então acredito que poderei voltar as minhas raízes e rever meus avós.
A semana passou rápido e os primeiros desfiles aconteceram em Milão, logo embarcamos para Paris, em seguida Singapura e o circuito Asiático.
Nossa turnê foi a mais comentada dos últimos anos, e eu mais uma vez fui considerado o modelo numero “um” do mundo da moda.
Agora, passada essa turnê, vou me dar ao luxo de tirar uns dias de folga, vou voltar ao Brasil e me reencontrar com minhas raízes...
O dia amanheceu na cidade de Dubai, abri meus olhos e vi minha companheira dormindo em meio a lençóis de seda, na suíte máster presidencial do hotel mais caro do mundo, olhei pela janela e vi aos meus pés a cidade mais bem planejada e cara que conheci, tomei meu café da manhã, em seguida voltei ao quarto para fazer as malas, arrumei minhas roupas, peguei minha companheira e seguimos direto para o aeroporto, e de lá embarcamos para o Brasil...
Eu já não via a hora de chegar as minhas raízes.
Logo que chegamos ao Brasil, fui recebido por vários fãs no aeroporto internacional, distribui autógrafos, e haviam vários fotógrafos clicando cada passo que eu dava, jornalistas querendo umas pequenas declarações, foi ai que percebi a dimensão da minha fama.
Na saída do aeroporto, já havia um carro de luxo nos esperando para nos levar até a casa que vivi por anos de minha vida, em toda minha adolescência.
Do aeroporto, viajamos por horas até chegar a casa do meu sogro, o querido senhor Alfredo.
Quando lá chegamos, foi um festa só, o senhor Alfredo não se conteve e caiu em lágrimas com seus braços envoltos em mim e sua filha Alana, os meninos já eram adolescentes, como o tempo passou...
Depois de nos confraternizarmos, entregamos os presentes que levamos para cada um deles, reunimos a família e saímos para jantar num dos melhores restaurantes de nossa cidade, coisa que em minha adolescência não poderia imaginar.
Após o maravilhoso jantar, seguimos para a casa de meu sogro e descansamos um pouco até que fomos dormir.
No dia seguinte, eu quis ir além, levantei cedo sem que acordasse Alana, sai e segui viagem, fui sozinho para a estrada com meu carro luxuoso, e assim rodei o dia todo até que cheguei ao povoado mais distante que eu me lembrava.
Em algum lugar no meio do nada, lá estava a minha terra mãe, do jeito que eu havia deixado, estradas de terra-batida, casas distantes umas das outras, pessoas isoladas num lugar que o tempo parecia ter parado.
Me senti como em minha infância, num mundo tranquilo e de muita paz, longe de tudo e de todos.
Continuei a seguir viagem até que encontrei a casa do senhor José, onde eu comprava pão quando criança.
Parei o carro e logo saiu de dentro da casa, a dona Angelina, que perguntou o que eu queria, e de pronto, respondi...
_Sou eu, o pequeno Edgard!
Ela logo abriu um sorriso que se fechou em seguida enquanto me abraçava.
Após um longo abraço, ela me disse...
_ Quantos anos?
_ Você mudou tanto, é um homem feito, um belo homem.
_ Que carro lindo o seu, posso ver que você prosperou muito meu filho.
_Seus avós...
Ela então ficou com a voz presa na garganta, em seguida prosseguiu.
_ Seus avós ficariam felizes em vê-lo assim!
Foi onde eu a indaguei.
_ Por que ficariam felizes em me ver assim?
_ Onde estão meus avós?
E ela me respondeu.
_ Seus avós, faleceram.
_ Seu avô faleceu logo após sua partida, enfarou no meio da horta quando semeava para nova colheita, sua avó passou meses sozinha, até que veio a falecer por conta de uma depressão, mas antes de morrer, ela me disse que se um dia você voltasse, era pra te dizer que tanto ela quanto seu avô, amavam muito você e torciam para que você realizasse todos os seus sonhos e conquistasse todos os seus objetivos, ela me pediu para lhe entregar essa carta...
Quando peguei a carta em minhas mãos, via que era a carta que eu havia escrito a muitos anos.
Ao ver a carta e ouvir tudo isso, meu coração ficou apertado, uma lágrima escorreu dos meus olhos e em seguida outras mais. Voltei ao meu carro, segui até a propriedade de meus avós, fiquei frente sua casa, em pé com um olhar distante, até que resolvi caminhar pela propriedade, onde avistei e sentei-me em uma pedra enorme que de lá dava pra ver toda a lavoura, e ali permaneci por horas relembrando minha infância, a lida junto ao meu avô na lavoura, o cheiro da comida de minha avó parecia estar presente, ali, naquele momento.
Eu sentia meus avós ainda ali, andando por sua casa, pela roça de milho, pelos canteiros de alface, colhendo cenouras e principalmente sentados a mesa para as refeições!
Saudades e lembranças foram o que restaram dos meus avós e a vida seguiu seu rumo ao desconhecido.
E eu queria ao menos mais uma vez poder vê-los.
E essa é a história de Edgard Santos de Almeida, um garoto que sonhou alto, fez escolhas e viveu sua liberdade em uma época em que a liberdade era o sonho de muitos!
Muitos se perderam em busca de sua liberdade, mas eu fiz escolhas certas mesmo quando elas pareceram ser erradas, e a única coisa que me deixa triste, é saber que meus avós se foram e não pude me despedir...
Saudades e lembranças
Por:
Rogério Motta