A IMPRESSIONANTE MULHER DA VITRINE

Nunca o distante tinha causado tanto para aquele sujeito. Sua vida simples sempre tinha sido dessa forma, sem nada fora do comum, nem muito menos espetacular. Em um momento meio sem graça de seu dia tão fútil ele tinha uma visão das mais corriqueiras. Uma mulher olhando uma vitrine, andava, olhava, andava, indecisa, apressada. Em um primeiro instante ela lembrava uma irmã. Em seguida uma lembrança meio forçada lhe veio a cabeça. Aquela bela mulher, loira e alta, não era muito parecida com aquele rosto que viria naquele momento à sua cabeça. Aquela lembrança, diferente de outras, lhe trazia paz e um sentimento de certa renovação. Como se lembrasse de um anjo, ou do que só pudesse lhe fazer bem. Pena que essa lembrança vinha quando sua cabeça viajava por alguns quilômetros a mais que o normal.

A esperança de ter aquela lembrança perto de si, não era impossível, mas também não era algo lá muito fácil. Bem, esse dia quase totalmente fútil se tornara agora uma viagem onde tudo era permitido. Sua mente podia visitar lugares onde infelizmente não podia estar, podia realizar o que não conseguiria, além de tentar trazer lições de cada imaginação daquela. Um demorado ponderar de toda uma realidade que agora lhe parecia aberta, pronta para novos acontecimentos, bons, outros nem tanto, até que quando deu por si, viu aquela mesma mulher agora entrando decidida em outra loja. É engraçado, estava agradecido a ela, por sem saber, nem ao menos o conhecer ter lhe causado toda aquele deslocamento de idéias, sonhos, sentimentos, emoções, onde tempo e espaço pouco importavam. E aquela mulher finalmente sumiu de suas vistas. Veria ela novamente? Desejava ele que pelo menos ela conseguisse uma boa compra.

Frank Santos
Enviado por Frank Santos em 08/02/2007
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