Sambando e andando
Desapego...
Desapegar-se de tudo aquilo que prende e maltrata a alma, o corpo, a mente. Para aprender a vivenciar isso se leva tempo, esforço, e perseverança. São atos que se forem vistos de uma perspectiva triste, podem trazer falsos ideais, e falta de vontade. Então, desfrutar de um caminho suave acarreta ter paciência com o girar calmo do mundo. Um dia com 24hrs parecerá uma eternidade, porque entrar em contato com o obscuro de si mesmo é o mesmo que chegar ao fundo do poço, e não ter força a mais para sair de lá.
Para que o desapego se torne parte do dia a dia é preciso crença, educação, e dança. O canto que vem com a dança, espanta o mal, mas o que frustra, será o presente, mais amargo, e mais sábio, e mais precioso. Para que não sinta mais o desejo de posse, é preciso nadar contra a maré, e encarar suas vontades como se elas tivessem vida própria. Não ferir alguém e o que tem vida própria, às vezes se torna fantasia...
Quimeras. Fantasias de uma dor só, de um homem só. O desejo de entender engana; e quando faz morada permanece intacto, até que, até que outra coisa rouba-lhe o lugar. Os sonhos são influentes em todos os momentos da vida, então sonhe com força e com um pouco de preguiça, para não se cansar tanto. Imagine lugares, pessoas, e lares que não são teus. Deseja-os, mas não os possua, e então, continue andando, como se estivesse em meio a madrugada de uma avenida bastante movimentada. E encontre, um sapo, ou um sapato de cristal, uma mecha de cabelo, um terreiro... Encontre uma galinha que bote ovos de madeira. Um boneco que quando diz a verdade, vai se tornando homem. Uma certa realidade. Encontre então, a lua escondida na dama da noite, que com seu vestido branco, desiste do altar.
Encontre, e desencontre, e não sinta que falhou... O tempo decidiu-se por si só. Acalme-se, e pratique o desapego.